Correio da Manha

A mesma música

NOTA EDITORIAL

- PAULO JOÃO SANTOS DIRETOR-ADJUNTO

OPCP é um relógio suíço, não atrasa nem adianta, à espera de um tempo que se afasta. A orquestra continua afinada, mas a pauta é a mesma, a música não se liberta do grande capital, das forças reacionári­as, das ameaças antidemocr­áticas e fascizante­s. Lembra os cânticos de Natal que se ouvem por estes dias, com o Coro de Santo Amaro a rivalizar com o ‘Jingle Bells’. Não fosse a polémica em torno da legitimida­de da realização do congresso, em plena pandemia, e pouco havia de registo. As críticas do costume, a eleição do vencedor antecipado, a reafirmaçã­o de que o

DEEM AS VOLTAS QUE QUISEREM, NÃO “FOI BONITA

A FESTA, PÁ”

partido conta, embora sem dividendos, como se viu nas legislativ­as. Nem o único voto contra Jerónimo, o dele, já que recusou votar em si, salvou a monotonia. Um desbloquea­dor de conversa, apenas.

Perante os factos, fica por entender o que levou o PCP a insistir no encontro. E é indiferent­e se as regras da DGS foram cumpridas, se a lei foi respeitada. Ver 600 pessoas num pavilhão, três dias, em tempo de restrições, com famílias que esperam há meses por uma oportunida­de para estarem juntas, é falta de bom senso, uma quase provocação. Deem as voltas que quiserem, não “foi bonita a festa, pá”.

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