Farmácias fora da discussão mas disponíveis para colaborar
u O grupo de trabalho do Governo que desenha a operação logística de armazenamento, distribuição e administração das vacinas contra a Covid-19 ainda não tomou uma decisão final quanto à inclusão das farmácias no processo, o que já provocou a apreensão dos farmacêuticos. Manuela Pacheco, presidente da Associação de Farmácias de Portugal, não está “surpreendida”. “Estamos disponíveis para colaborar de forma a r t i c ul a da c o m a nos s a enorme rede de proximidade. Para conhecer as condições necessárias e criá-las. Mas tem de haver vontade política, o que não parece existir a partir do momento em que não fazemos parte do grupo de trabalho”, afirmou. Já Ana Paula Martins, bastonária da Ordem dos Farmacêuticos, prefere “aguardar” o anúncio oficial do plano e lembra que as decisões dependem de cada país. “França, Reino Unido, Irlanda e Alemanha vão vacinar nas farmácias e outros países, como Portugal, estão a decidir”, disse, lembrando que a vacinação contra a gripe sazonal é já uma prova “da competência” das farmácias comunitárias na matéria. Uma capacidade que depende de várias condições: “A atribuição da competência requer formação e prova, locais com as condições adequadas, capacidade de monitorização de reações adversas e de registo”, disse ao CM. Quanto a condições, a vacina da Moderna é a menos exigente: mantém-se estável até seis meses a -20° C. “As farmácias têm outros medicamentos em rede de frio de -20° C, portanto não tenho dúvidas de que possam ser equacionadas. Para -70° C (temperatura exigida pela vacina da Pfizer) a rede não estará tão preparada sem um upgrade”, destaca Hélder Mota Filipe, professor da Faculdade de Farmácia de Lisboa e ex-presidente do Infarmed.
FARMACÊUTICOS NÃO FAZEM PARTE DA ‘TASK FORCE’ DO EXECUTIVO