Segunda volta amplia derrota de Bolsonaro
MUNICIPAIS Apenas dois dos 13 candidatos apoiados pelo presidente conseguiram ser eleitos RECUPERAÇÃO Eleitores brasileiros voltam a apostar nos partidos tradicionais e moderados
Asegunda volta das municipais brasileiras, realizadas domingo nas 57 cidades com mais de 200 mil eleitores onde na primeira nenhum candidato tinha alcançado a maioria, ampliou a derrota pessoal e política de Jair Bolsonaro. Os dois últimos candidatos bolsonaristas ainda na disputa, Marcelo Crivella, no Rio de Janeiro, e Capitão Wagner, em Fortaleza, foram derrotados.
Na somatória das duas voltas, a derrota do presidente brasileiro foi fragorosa. Dos 13 candidatos a autarca pelos quais fez campanha, só dois se elegeram, e em cidades menores, e dos 78 candidatos a vereador que apoiou por todo o Brasil somente um conseguiu ser eleito.
MARCELO CRIVELLA, ALIADO DE BOLSONARO, PERDEU A CÂMARA DO RIO
Os partidos tradicionais, que Jair Bolsonaro bateu em 2018 comandando uma fortíssima onda de conservadorismo e que pareciam fadados a desaparecer, voltaram em força e dominaram o cenário das autárquicas, numa clara rejeição dos brasileiros ao radicalismo dos últimos dois anos. O MDB, Movimento Democrático Brasileiro, de centro, o mais tradicional de todos, voltou a ser isoladamente o maior vencedor, elegendo 784 autarcas, seguido pelo Partido Progressista (PP), de direita moderada, com 685, o Partido Social Democrata (PSD), 654, Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB), de centro-esquerda, 520, e o Partido Democratas (DEM), de centro-direita com 464.
Juntos, estes cinco partidos, todos moderados e respeitadores das regras democráticas, vão comandar 3107 cidades, mais da metade dos 5668 municípios do Brasil, entre elas as maiores do país, como São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte e Salvador. O PSL, Partido
Social Liberal, pelo qual Bolsonaro se elegeu em 2018, amargou uma derrota constrangedora, não elegendo autarca em nenhuma das 100 maiores cidades do país. Destaque ainda para a reeleição de Bruno Covas (PSDB) em São Paulo e a vitória de Eduardo Paes (também do PSDB) no Rio de Janeiro.