Mais de 600 novos pobres em Lisboa
SEM-ABRIGO Perda de rendimentos atirou centenas para as ruas da capital PANDEMIA Quatro centros criados no pico da crise têm capacidade para acolher até 220 em simultâneo
Até à penúltima semana de novembro, passaram pelos quatro novos centros de acolhimento de emergência de Lisboa mais de 600 pessoas. “Destas, uma parte significativa são novos pobres, ou seja pessoas que caíram na rua recentemente”, adiantou ao Correio da Manhã fonte da vereação dos Direitos Sociais da Câmara de Lisboa (CML).
Durante a primeira vaga da pandemia, a autarquia da capital abriu as portas de quatro abrigos para acolher pessoas em situação de emergência social , com capacidade para acolher 220 pessoas, no seu conjunto. Os centros situam-se no Pavilhão do Casal Vistoso, na Casa do Largo (exclusivo para mulheres), na Pousada da Juventude do Parque das Nações e na
Casa dos Direitos Sociais (que acolheu as pessoas que estavam no centro instalado no Clube Nacional de Natação).
As atuais instalações não são, no entanto, suficientes. A CML está já a preparar um novo centro de emergência para sem-abrigo, que deverá estar concluído em janeiro. Esta infraestrutura de apoio social vai aumentar as vagas para cerca de 280. Todos os outros abrigos temporários, criados aquando do primeiro estado de emergência, vão continuar abertos no próximo ano. A autarquia está, todavia, a tentar encontrar soluções de longa duração para aqueles que viram a sua condição de pobreza agravada de forma extrema com a pandemia.
“Estamos no processo de dar uma habitação a mais 300 pessoas em casas financiadas pela CML, com acompanhamento de assistente social, no programa Housing First/Casas Primeiro, afirmou fonte oficial. Está ainda prevista a criação de uma residência e quatro apartamentos partilhados para acolher pessoas que tenham ficado
QUINTO CENTRO ABRE NO PRÓXIMO ANO PARA AJUDA DE EMERGÊNCIA ÚLTIMO REGISTO DAVA CONTA DE 361 A VIVER NAS RUAS DA CAPITAL
sem tecto. O último registo do número de pessoas em situação de sem-abrigo na capital data do início de 2019 e dava conta de 361 indivíduos a viver na rua. Em Lisboa, estão também a ser fornecidas 15 mil refeições diárias gratuitas.