JÁ ESTÁ A SER USADA INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL PARA FISCALIZAR CONTAS DE 6500 ENTIDADES.
CONTROLO rPlataforma eletrónica recebe informação financeira de 6500 entidades públicas ALARME rSistema avalia dados, compara e em função de certos indicadores faz alertas de risco
OTribunal de Contas (TdC) está a usar a inteligência artificial para controlar as contas das cerca de 6500 entidades que tem sob a sua alçada. Trata-se de um sistema que permite controlar melhor os dinheiros públicos mais rapidamente e atuar de imediato, em caso de irregularidades graves.
“É um salto qualitativo muito grande na informação”, afirma ao CM o presidente do TdC, José Tavares, explicando que a instituição passou também a ser o único ponto de entrada dos dados financeiros públicos.
Os valores das receitas, despesas ou do endividamento contam-se entre as informações que, todos os anos, milhares de entidades, como municípios e empresas públicas, são obrigadas a remeter ao Tribunal. São milhares de milhões de dados que, nos últimos dois anos, passaram a ser diretamente inseridos numa plataforma que uniformiza as contas do País. Um avanço tecnológico que permite hoje ao TdC controlar as contas públicas através da inteligência artificial. Numa primeira fase, o sistema verifica se os dados foram inseridos corretamente e se detetar erros as contas voltam para trás, para as respetivas entidades, para serem corrigidos. Este processo, que é agora imediato, podia demorar em papel um mês, entre a notificação e a resposta da entidade.
Mas é na segunda fase que a utilização da inteligência artificial se revela decisiva. Em função da definição de uma matriz de risco, o sistema “analisa” os indicadores selecionados, fazendo disparar o alarme quando o comportamento financeiro não é o esperado. Nestes casos, pode desencadear a fiscalização mais aprofundada que a instituição pode fazer: uma auditoria.
Com todas as receitas e despesas controladas, o sistema permite que o TdC garanta que nenhuma verba pública escapou ao seu controlo e portanto que as contas do Estado estão certas, o que hoje em dia nem sempre acontece.
SISTEMA PERMITE GRANDE SALTO QUALITATIVO, DIZ PRESIDENTE DO TRIBUNAL