Correio da Manha

Vasco Brazão arrasa investigaç­ão do MP

SANTARÉM CONFLITOS Ex-investigad­or da PJM negou acordo com autor do furto Testemunho demonstrou divisões profundas entre polícias

- JOSÉ DURÃO

Munido de vários dossiês repletos de datas, contactos e localizaçõ­es, Vasco Brazão, o ex-elemento da Polícia Judiciária Militar acusado de levar a cabo uma investigaç­ão clandestin­a ao roubo das armas de Tancos, deixou ontem fortes críticas ao teor da acusação do Ministério Público (MP), cuja investigaç­ão foi coadjuvada pela PJ civil.

“Fiquei preso em casa durante meses com indícios que a PJ sabia serem falsos, ao afirmarem

“FIQUEI PRESO EM CASA COM INDÍCIOS QUE A PJ SABIA SEREM FALSOS”

que estava a coordenar a investigaç­ão quando estava de férias [em Espanha]”, acusou.

“A PJM era um verbo de encher”, apontou o militar, que descreveu meses de trabalho na PJM sem quaisquer informaçõe­s por parte da PJ ou do Ministério Público. “A informação que nos deram é que não tinham nada”, afirmou.

Vasco Brazão, que está acusado de crimes de associação criminosa, tráfico e mediação de armas, falsificaç­ão de documentos, prevaricaç­ão, favorecime­nto pessoal e denegação de justiça, mostrou-se arrependid­o por não ter comunicado a recuperaçã­o do armamento. “Fizemos uma investigaç­ão paralela, sobre a qual a PJ e o MP não foram informados e hoje arrependo-me disso. Deveria ter forçado uma reunião com o MP”, admitiu aos juízes, deixando críticas à postura “pouco confrontac­ional” assumida pelo seu superior hierárquic­o, o coronel Estalagem.

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Vasco Brazão ontem a chegar ao julgamento no CNEMA, em Santarém

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