Vasco Brazão arrasa investigação do MP
SANTARÉM CONFLITOS Ex-investigador da PJM negou acordo com autor do furto Testemunho demonstrou divisões profundas entre polícias
Munido de vários dossiês repletos de datas, contactos e localizações, Vasco Brazão, o ex-elemento da Polícia Judiciária Militar acusado de levar a cabo uma investigação clandestina ao roubo das armas de Tancos, deixou ontem fortes críticas ao teor da acusação do Ministério Público (MP), cuja investigação foi coadjuvada pela PJ civil.
“Fiquei preso em casa durante meses com indícios que a PJ sabia serem falsos, ao afirmarem
“FIQUEI PRESO EM CASA COM INDÍCIOS QUE A PJ SABIA SEREM FALSOS”
que estava a coordenar a investigação quando estava de férias [em Espanha]”, acusou.
“A PJM era um verbo de encher”, apontou o militar, que descreveu meses de trabalho na PJM sem quaisquer informações por parte da PJ ou do Ministério Público. “A informação que nos deram é que não tinham nada”, afirmou.
Vasco Brazão, que está acusado de crimes de associação criminosa, tráfico e mediação de armas, falsificação de documentos, prevaricação, favorecimento pessoal e denegação de justiça, mostrou-se arrependido por não ter comunicado a recuperação do armamento. “Fizemos uma investigação paralela, sobre a qual a PJ e o MP não foram informados e hoje arrependo-me disso. Deveria ter forçado uma reunião com o MP”, admitiu aos juízes, deixando críticas à postura “pouco confrontacional” assumida pelo seu superior hierárquico, o coronel Estalagem.