SOCRATES REUNE COM SALGADO EM PLENA OPA A PT
ENCONTRO DESMENTE LEITURA DE IVO ROSA RTP MADEIRA CRIOU CARGO DE DIREÇÃO PARA IRMÃO DE JUIZ
TRÊS semanas antes do chumbo da oferta da Sonae
José Sócrates realizou 10 reuniões a sós com Ricardo Salgado, em São Bento, quando era primeiro-ministro. O juiz Ivo Rosa comparou as datas destas reuniões com os dias mais relevantes dos principais eventos da PT, como a OPA da Sonae sobre a PT e a venda brasileira Vivo, e concluiu: “verifica-se que não existe uma proximidade temporal entre uns e outros”. Uma das reuniões de Sócrates com Salgado ocorreu em 9 de fevereiro de 2007, três semanas antes da ass e mb l e i a - g e r a l d a P T q u e chumbou a OPA da Sonae, realizada a 2 de março desse ano.
As reuniões de Sócrates e Salgado ocorreram entre 13 de outubro de 2006 e 10 de setembro de 2010. As audiências foram todas realizadas, segundo o antigo primeiro-ministro, a pedido do então líder do BES e do GES.
Quando foi ouvido na fase de instrução, Sócrates afirmou que nessa primeira audiência, em 13 de outubro de 2006, “não foi falada a questão da OPA [da Sonae sobre a Portugal Telecom]”. A Sonae fizera o anúncio preliminar da OPA sobre a PT a 6 de fevereiro de 2006.
Em defesa da posição de que não existe proximidade temporal entre as datas das reuniões e os principais eventos da PT, o juiz afirma: “Com efeito, a primeira reunião agendada teve lugar em 13/10/2006, muito depois do início da OPA e muito depois da existência do alegado acordo entre Ricardo Salgado e José Sócrates (segundo a acusação o acordo ocorreu antes de 19 de Maio de 2006). A segunda reunião agendada teve lugar no dia 9/2/2007 e a terceira no dia 10/4/2007, ou seja, entre a data da AG [assembleia-geral] da PT de 2/3/2007”.
Ivo Rosa admite que Sócrates e Salgado poderão ter tido outros encontros ou contactos, mas refere que não existem elemento de prova disso nos autos. O Ministério Público acusou Sal
JUIZ DE INSTRUÇÃO DEIXOU CAIR OS CRIMES DE CORRUPÇÃO DE AMBOS
gado de ter ordenado pagamento do Grupo Espírito Santo (GES) a Sócrates de alegadas luvas de 29 milhões de euros, entre 19 de maio de 2006 e 29 de dezembro de 2020. O juiz considera que não existem indícios de prova desses pagamentos. Por isso, deixou cair os crimes de corrupção de que Sócrates e Salgado estavam acusados.