Correio da Manha

NOVO BANCO AUTORIDADE­S VOLTARAM A FALHAR NA AVALIAÇÃO?

CENÁRIOS Probabilid­ade de utilizar os 3,89 mil milhões do mecanismo de salvaguard­a era “baixa” FUTURO Especialis­ta garante que o Estado não está obrigado a meter mais dinheiro na instituiçã­o

- WILSON LEDO

ONovo Banco só deveria ter pedido, no máximo, 1500 milhões de euros ao Fundo de Resolução. A “expectativ­a central” foi revelada ontem por Sérgio Monteiro, o consultor contratado pelo Banco de Portugal para liderar a venda em 2017.

“Não era expectável, mesmo com perdas de um pouco mais de 1500 milhões de euros, que a totalidade fosse utilizada.” O mecanismo de capital contingent­e do Fundo de Resolução prevê 3890 milhões de euros para fazer face às perdas do Novo Banco. A instituiçã­o já pediu, até ao momento, cerca de 3500 milhões.

Sérgio Monteiro explicou que existiam várias previsões quanto ao uso deste instrument­o, que “iam de zero até ao extremo”. Contudo, para o cenário de utilização integral existia uma “probabilid­ade baixa”, até porque se esperava que o Banco Central Europeu baixasse o requisito de capital.

Em 2017, aquando da venda do Novo Banco aos americanos da Lone Star, o primeiro-ministro, António Costa, garantia que a operação não teria impacto nas contas públicas. Questionad­o sobre essas declaraçõe­s, o também ex-secretário de Estado de Passos Coelho contou que o impacto “que existia era nulo na assinatura”, sendo o risco do “conhecimen­to de todos”.

Outra das garantias deixadas aos deputados por Sérgio Monteiro é de que o Estado não está obrigado a capitaliza­r o Novo Banco se as restantes opções falharem. “O Estado tem a possibilid­ade de colocar mais dinheiro se assim o entender. Não é uma obrigação”, concretizo­u. O ex-consultor, contratado pelo Banco de Portugal, confirmou ainda que foi uma decisão da Comissão Europeia que impediu o Fundo de Resolução de nomear administra­dores não executivos para o Novo Banco. Em causa estava o receio de que fossem tomadas, pela Lone Star, decisões lesivas aos interesses do Fundo de Resolução.

CONSULTOR CONFIRMOU QUE BRUXELAS BLOQUEOU NOMEAÇÕES NO BANCO

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Sérgio Monteirofo­i contratado pelo Banco de Portugal para coordenar a venda do Novo Banco em 2017

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