ERC DIZ NÃO TER PODER PARA ATUAR NO CASO DOS JORNALISTAS RECRUTADOS PARA FABRICAR NOTÍCIAS.
AUDIÇÃO ERC sem poder sobre redes sociais, onde são recrutados jornalistas para fazer notícias tendenciosas sobre a Covid-19 CRISE Instabilidade nos media patrocina desinformação
Ocaso do recrutamento, através das redes sociais, de jornalistas para escreverem notícias sensacionalistas sobre a pandemia de Covid-19, voltou ontem a ser discutido no Parlamento, a pedido do PCP. Desta vez foram ouvidos a Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC) e os jornalistas Pedro Tadeu e João Tomé, que denunciaram a situação.
Sem certezas sobre se o caso merece ser denunciado às autoridades, os dois jornalistas acreditam que a crise que afeta os media nacionais está a criar um cenário propício para notícias
CASO VAI VOLTAR A SER DISCUTIDO EM COMISSÃO PARLAMENTAR EM BREVE
que colocam em causa a credibilidade da imprensa. “Há cada vez menos capacidade para se fazer bom jornalismo”, disse Pedro Tadeu, ex-subdiretor do ‘DN’. Já João Tomé afirmou que “o jornalismo deve ter um escrutínio sobre ele próprio”.
Na sua audição, o presidente do regulador dos media afirmou que não recebeu “até agora” qualquer queixa relativa à existência dos referidos anúncios. Sebastião Póvoas referiu ainda que a ERC não tem jurisdição sobre “redes sociais que não estão agregadas a um órgão de comunicação social”, mas garantiu que “não deixará de atuar” se existir algum elemento que lhe “permita identificar ou verificar” algum tipo de ilegalidade.
A investigação de João Tomé revelou que Paulo Senra, membro do grupo Onda da Cidadania, dedicado a promover os perigos do 5G, tentou recrutar jornalistas para mostrarem “o outro lado” da pandemia em troca de dinheiro. Contudo, este pode ser apenas um intermediário no esquema. Já Pedro Tadeu avançou que conhece um jornalista disposto a denunciar o caso, desde que não seja identificado.
O caso vai voltar a ser discutido em comissão parlamentar em breve.