Militares na rua para travar revolta popular
DISTÚRBIOS Prisão do ex-presidente Jacob Zuma gera onda de violência que já provocou 45 mortes PORTUGUESES Emigrantes estão assustados e alguns comerciantes já foram alvo de saques
Aprisão do antigo presidente da África do Sul Jacob Zuma está a gerar uma onda de violência, destruição e pilhagens que entra hoje no sétimo dia. Terá começado com apoiantes de Zuma e alastrou à população. Já morreram, pelo menos, 45 pessoas e mais de 700 foram detidas, nas províncias de Gauteng e KwaZulu-Natal. O governo destacou 2500 soldados para ajudar a polícia a conter os distúrbios. A comunidade portuguesa está assustada, alguns comerciantes já foram alvo de saques, mas,
GOVERNO DESTACOU 2500 MILITARES PARA AJUDAR A POLÍCIA
até ontem, não se registaram vítimas entre os emigrantes, tal como garantiu a secretária de Estado das Comunidades, Berta Nunes.
Numa comunicação ao país, o presidente, Cyril Ramaphosa, que é também o líder do ANC - o partido no poder na África do Sul desde 1994 - avisou desde logo que “ações serão tomadas contra aqueles que saqueiam e continuam com violência e intimidação”. “Embora possam ser atos oportunistas de pilhagem, causados por privações e pobreza, os pobres e marginalizados suportam o impacto final da destruição”, disse.
A imprensa local tem relatado que simpatizantes do ex-presidente Jacob Zuma estão envolvidos nos violentos protestos, exigindo que o antigo chefe de Estado seja libertado da prisão.
Zuma começou, na quarta-feira passada, a cumprir uma pena de 15 meses de prisão por desobediência ao tribunal após recusar depor num processo em que se investigam indícios de corrupção.