Correio da Manha

6,7 MILHÕES DE PESSOAS VIVEM EM CONCELHOS DE RISCO

BALANÇO Há 90 concelhos em risco elevado ou muito elevado. Governo vê situação “degradar-se” mas vai esperar por reunião com especialis­tas

- WILSON LEDO

Sete em cada 10 portuguese­s a viver no continente têm de lidar agora com as restrições mais duras à custa da pandemia. Isto porque quase 6,7 milhões de pessoas vivem nos 90 concelhos considerad­os de risco elevado (43) ou muito elevado (47), segundo a última avaliação. Há uma semana, eram 60 os municípios nesta situação.

Nestes território­s onde o risco de contágio é maior, o teletrabal­ho é obrigatóri­o, não se pode circular na rua após as 23h00 e os restaurant­es fecham às 22h30. Para comer fora aos fins de semana, é também exigido um teste negativo ou o certificad­o digital de vacinação, exceto se a refeição for feita nas esplanadas.

A ministra da Presidênci­a, Mariana Vieira da Silva, admitiu ontem que a “situação continua a degradar-se” no País, embora o ritmo de transmissã­o comece a dar sinais de abrandamen­to. Se a atual vaga ganhou força à custa da variante Delta na Área Metropolit­ana de Lisboa, onde todos os concelhos estão agora no nível mais gravoso, a situação de risco encontra-se já “espalhada por todo o País”, explicou a governante.

Prova disso é o Algarve: apesar do risco elevado e muito elevado nos concelhos com acesso ao mar, é esperado um forte afluxo de turistas nacionais nas próximas semanas, para as férias de verão. Questionad­a sobre a existência de um plano específico para a região, Mariana Vieira da Silva escusou-se na “importânci­a das medidas” tomadas na semana passada – em que se inclui a apresentaç­ão de teste negativo ou certificad­o digital à chegada dos hotéis – para se poder evitar novas cadeias de contágio a Sul.

Portugal tem ainda 30 concelhos em alerta, que arriscam passos atrás no desconfina­mento, localizado­s sobretudo na região Norte e no interior do Alentejo. Nesta lista contam-se Felgueiras, Santa Maria da Feira, Viana do Castelo ou Vila Real, por exemplo.

Apesar da evolução da pandemia, o Executivo não vai avançar com novas medidas antes de dia 27, quando está prevista uma nova reunião com especialis­tas no Infarmed. Mas Mariana Vieira da Silva admitiu ontem a abertura para alterar os critérios de análise. “O Governo não faz da matriz de risco que apresentou a única possível e está sempre disponível para a melhorar”, afirmou.

ALGARVE É UMA DAS REGIÕES QUE CAUSAM MAIOR PREOCUPAÇíO

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