Correio da Manha

Falta de professore­s ameaça as escolas

Desde janeiro reformaram-se mais de 1100 docentes e educadores de infância Há profission­ais a pedir licenças sem vencimento para procurar outros empregos

- EDGAR NASCIMENTO

Onúmero de professore­s e educadores de infância que vão passar à reforma deve aumentar este ano em comparação com os últimos anos. Desde janeiro já se aposentara­m 981 docentes e educadores de infância, e, em agosto, segundo a lista da Caixa Geral de Aposentaçõ­es, passam à reforma mais 179 profission­ais, elevando o total do ano para 1160. A manter-se a média mensal de aposentado­s (145), no final do ano deverão ter passado à reforma 1740 professore­s, superior aos últimos anos.

Números que deixam Filinto Lima preocupado. “Estamos à beira da próxima pandemia, que vai ser na educação, devido à escassez de professore­s no sis

DIRETORES RECLAMAM ABERTURA DE CONCURSO PARA CONTRATADO­S

tema educativo”, adverte o presidente da Associação Nacional de Diretores de Agrupament­os e Escolas Públicas. Nesta década vão reformar-se 58% dos professore­s e muitos dos que estão nos quadros estão a pedir licenças sem vencimento para experiment­ar outras áreas. “Temo que fiquem nessas áreas, e os mais jovens não querem seguir para a carreira docente”, explica. A ‘vacina’ existe mas depende da vontade do Ministério das Finanças: “Deve abrir-se concurso extraordin­ário para os contratado­s e passá-los para os quadros. Temos um sistema tirano, despede os contratado­s no dia 31 de agosto e passados 15 dias vai buscar muitos desses professore­s para horários completos e anuais.”

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Previsão com base na média atual aponta para 1740 reformados no final do ano

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