RELAÇÃO MANDA JULGAR JOVEM QUE ATRAIU MOTA JR PARA A MORTE
REVIRAVOLTA Juízes desembargadores decidem a favor do Ministério Público e pronunciam Catarina Sanches pela morte do rapper Mota Jr CASO Julgamento já está a decorrer. Esteticista respondia, até agora, apenas por roubo do artista
Ojulgamento da morte de Mota Jr já está a decorrer, no Tribunal de Sintra, mas teve agora uma reviravolta na Relação de Lisboa. Catarina Sanches, a jovem de 23 anos que para o Ministério Público foi o ‘isco’ que atraiu o artista para a armadilha fatal, estava apenas a ser julgada por roubo, depois de o juiz de instrução decidir pela não pronúncia no crime de homicídio qualificado. O Ministério Público, insatisfeito por considerar que a arguida “teve um papel na execução do crime de homicídio”, recorreu e viu agora os desembargadores darem-lhe razão. Catarina passa a responder pelo assassinato do rapper, de 28 anos, em coautoria com João Luizo, Édi Barreiros e Fábio Martins.
Na decisão, tomada na quinta-feira (dia 15) e a que o CM teve acesso, os magistrados analisam a descrição que o Ministério Público (MP) faz do crime e é nela que se baseiam para este volte-face. “Podemos retirar a conclusão de que na perspetiva do MP contida na acusação (se isso se prova ou não é matéria a apurar no momento próprio, em julgamento) a arguida ‘alinhou’ concertadamente (servindo de ‘isco’) para a colocação da vítima no local adequado para o assalto, no plano e circunstâncias deste (superioridade numérica e uso de arma de fogo), com os restantes três arguidos e que lhe é imputado, também, face àquelas circunstâncias e modo de comparticipação e ação criminosa, que a arguida admitiu que a morte seria provável”, lê-se no acórdão da Relação de Lisboa. Os juízes desembargadores consideram “que a imputação por homicídio qualificado em coautoria material foi adequada em face da descrição feita”.
Catarina tinha escapado ao crime de homicídio qualificado na fase de instrução, em fevereiro, porque o juiz entendeu que não era possível provar que a jovem esteticista estivesse envolvida no desfecho do roubo - a morte por espancamento de David Mota, logo após ser sequestrado pelos três ladrões.
PROCURADOR DIZ QUE JOVEM DE 23 ANOS ATRAIU VÍTIMA PARA ARMADILHA
ESTÁ A SER JULGADA COM OUTROS TRÊS CÚMPLICES NO TRIBUNAL DE SINTRA