PORMENORES
“Custa andar sem pistola”
“Ao fim de 25 anos de carreira é a primeira missão não militar. Muito me custa andar sem uma pi st ol a ao l ado”, af i r ma Gi l Peso, responsável por Cali, terceira maior cidade da Colômbia, com mais de 2 milhões habitantes, e vale do Cauca com 4,5 milhões.
“Não caminhar sozinhos”
Iolanda Rodrigues, que está em Valledupar e Caribe, diz que há “o cuidado de não caminhar sozinhos durante a noite, não exibir dinheiro ou objetos de valor. Mas risco inerente à missão, na minha opinião, é residual”.
“Segurança rigorosa”
Os observadores vão onde for necessário: campo ou cidade. “Não há ameaça direta à ONU e temos um departamento de segurança muito rigoroso”, afirma Iolanda. Gil Peso viveu em maio, em Cali, “protestos violentos contra a reforma tributária”.
Tecnologia mata saudade
O contacto diário com famílias e amigos ajuda a “manter a tranquilidade em Portugal”. “O acesso às t ecnologias é f áci l . J á t i ve outras missões em que só tinha 5 minutos de telefone satélite por semana”, diz Gil Peso. “A grande dificuldade é mesmo a diferença horária [menos 6 horas]”, brinca Iolanda Rodrigues.
Conflito desde 1964
O conflito é um dos mais antigos da América Latina, tendo-se iniciado em 1964, somando 180 mil civis mortos e 27 mil raptados. Opôs camponeses comunistas (FARC), paramilitares de extrema-direita, traficantes e governos. Em janeiro de 2016, FARC e governo comprometeram-se com a paz. Desde então, a ONU verificou 278 mortes (30 este ano). Portugal já teve 21 observadores militares no terreno.