77 POSTOS DA GNR COM MENOS DE 10 MILITARES
EFETIVO Comando-Geral admite que os 472 postos existentes no País têm uma média de vinte militares afetos COMANDOS Áreas mais afetadas são o distrito de Castelo Branco e todo o Alentejo
AGNR conta atualmente com um total de 77 postos territoriais que trabalham com um efetivo igual ou inferior a 10 militares. O Comando-Geral desta força de segurança disse mais ao CM: nos 472 postos da Guarda abertos em todo o País, o efetivo médio disponível é de apenas 20 militares. Ao que o CM apurou, este défice faz-se sentir com mais intensidade na zona do comando distrital de Castelo Branco, assim como nas zonas patrulhadas pela GNR nos três distritos alentejanos (Portalegre, Évora e Beja). Há situações de agrupamento de postos, com a responsabilidade de patrulhamento a ser entregue aos militares da unidade com maior disponibilidade de efetivo.
José Lopes, presidente da Associação Nacional de Sargentos da GNR, disse ao CM que esta estratégia de agrupamento de postos “torna não só reduzida a qualidade do patrulhamento, como a própria capacidade de trabalho dos militares”. “Por um lado, a área a vigiar multiplica por dois, três ou até mais. Por outro, o militar é obrigado a trabalhar mais turnos, fica mais cansado e os efeitos são visíveis”, explicou José Lopes.
Outro exemplo claro da falta de efetivo, sabe o CM, é a incapacidade que têm os comandantes dos postos que trabalham com 10 ou menos militares para constituir patrulhas. “Um dia de trabalho tem três turnos de oito horas. O escalamento das patrulhas tem de contar com folgas, férias e baixas. Isso não permite um patrulhamento constante”, disse outra fonte.
Como solução para a evidente falta de militares, a GNR recorre ao plano do Governo de novas incorporações. A mesma fonte oficial disse ao CM que, para este ano e 2022, “foram delineados cinco alistamentos. Três deles estão a decorrer, com um total de 776 guardas provisórios”. “No total, o Ministério da Administração Interna quer admitir 3 mil militares na GNR até 2023”, concluiu uma outra fonte.
COMANDANTES DE POSTOS COM POUCO EFETIVO NÃO CONSEGUEM PATRULHAS