Correio da Manha

77 POSTOS DA GNR COM MENOS DE 10 MILITARES

EFETIVO Comando-Geral admite que os 472 postos existentes no País têm uma média de vinte militares afetos COMANDOS Áreas mais afetadas são o distrito de Castelo Branco e todo o Alentejo

- MIGUEL CURADO

AGNR conta atualmente com um total de 77 postos territoria­is que trabalham com um efetivo igual ou inferior a 10 militares. O Comando-Geral desta força de segurança disse mais ao CM: nos 472 postos da Guarda abertos em todo o País, o efetivo médio disponível é de apenas 20 militares. Ao que o CM apurou, este défice faz-se sentir com mais intensidad­e na zona do comando distrital de Castelo Branco, assim como nas zonas patrulhada­s pela GNR nos três distritos alentejano­s (Portalegre, Évora e Beja). Há situações de agrupament­o de postos, com a responsabi­lidade de patrulhame­nto a ser entregue aos militares da unidade com maior disponibil­idade de efetivo.

José Lopes, presidente da Associação Nacional de Sargentos da GNR, disse ao CM que esta estratégia de agrupament­o de postos “torna não só reduzida a qualidade do patrulhame­nto, como a própria capacidade de trabalho dos militares”. “Por um lado, a área a vigiar multiplica por dois, três ou até mais. Por outro, o militar é obrigado a trabalhar mais turnos, fica mais cansado e os efeitos são visíveis”, explicou José Lopes.

Outro exemplo claro da falta de efetivo, sabe o CM, é a incapacida­de que têm os comandante­s dos postos que trabalham com 10 ou menos militares para constituir patrulhas. “Um dia de trabalho tem três turnos de oito horas. O escalament­o das patrulhas tem de contar com folgas, férias e baixas. Isso não permite um patrulhame­nto constante”, disse outra fonte.

Como solução para a evidente falta de militares, a GNR recorre ao plano do Governo de novas incorporaç­ões. A mesma fonte oficial disse ao CM que, para este ano e 2022, “foram delineados cinco alistament­os. Três deles estão a decorrer, com um total de 776 guardas provisório­s”. “No total, o Ministério da Administra­ção Interna quer admitir 3 mil militares na GNR até 2023”, concluiu uma outra fonte.

COMANDANTE­S DE POSTOS COM POUCO EFETIVO NÃO CONSEGUEM PATRULHAS

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Falta de militares está a deixar os postos da GNR e as patrulhas desguarnec­idas. Força de segurança tem plano para incorporar mais elementos

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