Ambientalistas exigem comboio
CRÍTICAS Solução sem ligação ferroviária contestada por associações
Aexclusão de uma ligação por comboio ao novo aeroporto de Lisboa motiva críticas de oito organizações ambientalistas, que acusam o Governo de impedir uma avaliação ambiental estratégica “séria e verdadeira”. Uma acusação que o Governo recusa. O ministro das Infraestruturas e da Habitação, Pedro Nuno Santos, garante que “não está excluída à partida qualquer ligação ferroviária ao Montijo, ao contrário do que está a ser assumido” pelos ambientalistas.
O Governo recusa, contudo, voltar a discutir um “número indefinido” de soluções. Uma decisão contestada pelas associações ambientalistas, que apontam que o estudo, para o qual o Instituto da Mobilidade e Transportes lançou concurso público, destina-se a “comparar apenas três soluções, o que inquina o processo e lhe retira o caráter” de avaliação ambiental estratégica.
Duas das três soluções referem-se ao aeroporto no Montijo. A terceira prevê a construção no Campo de Tiro de Alcochete. As oito entidades (ZERO,
ANP/WWF, FAPAS, Geota, LPN, Quercus, SPEA e SPECO)afirmam que o executivo não tem “visão estratégica” ao não optar por uma ligação ferroviária ao projeto, referindo que “a ferrovia ganha preponderância na Europa” e que a solução do aeroporto no Montijo, “ao qual o comboio nunca poderá chegar, é um anacronismo”. Recorde-se que a ligação ferroviária ao Montijo a partir do Pinhal Novo, com 15 quilómetros, foi encerrada em 1989, dando lugar a uma ciclovia.
CICLOVIA OCUPA O LUGAR DA LINHA FÉRREA ENTRE MONTIJO E PINHAL NOVO