Douro colhe este ano 320 mil pipas de vinho
PRODUÇÃO Este ano os viticultores da região colhem mais 20 a 30 por cento do que no ano passado NOVAS REGRAS Vinho do Porto aumenta um milhão de litros e passa para um total de 104 mil pipas
Nos socalcos do Douro já é visível aquele formigueiro de homens e mulheres próprio das vindimas da mais antiga região demarcada do Mundo. A colheita prevê-se melhor do que a do ano passado, tanto em quantidade como em qualidade.
A maioria dos produtores prevê um crescimento na ordem dos 20 a 30 por cento, relativamente ao ano passado, o que quer dizer que o Douro pode colher este ano cerca de 320 mil pipas de vinho (1,7 milhões de hectolitros).
“Este ano as coisas correram bem, do ponto de vista meteorológico. O clima foi temperado e prevê-se que os vinhos sejam amenos, equilibrados e bastante aromáticos”, disse ao CM Luciano Madureira, enólogo das Caves Rozès, sublinhando que “os vinhos de 2021 serão melhores” e que a quantidade “será bastante superior”. O Instituto dos Vinhos do Douro e Porto (IPDV) autorizou a produção, este ano, de mais duas mil pipas de Vinho do Porto (um milhão e cem mil litros), o que faz com que a região produza, em 2021, 104 mil pipas de Vinho do Porto, o que representa para os produtores uma receita próxima dos 115 milhões de euros (o preço da pipa - 550 litros - de mosto varia entre os 950 e os 1200 euros).
O designado Alto Douro Vinhateiro, concelhos de S. João da Pesqueira, Vila Nova de Foz Coa, Figueira de Castelo Rodrigo e Freixo de Espada à Cinta, tem conhecido uma uma forte expansão, com a plantação de novas vinhas, o que também contribui para o crescimento da produção, sobretudo de vinhos de mesa com denominação de origem controlada (DOC).
Um dos problemas com que os produtores se debatem é a falta de mão de obra para a vindima. Para além das centenas de pessoas que todas as manhãs viajam de concelhos limítrofes, como Resende ou Baião, há já centenas de trabalhadores estrangeiros contratados a empresas de trabalho temporário.
FALTA DE MÃO DE OBRA OBRIGA A CONTRATAR FORA DE PORTUGAL