Correio da Manha

Advogados vão ter de estudar mais

REQUISITOS Bastonário da classe defende a obrigatori­edade de mestrado ou doutoramen­to para exercício da profissão PLANO Objetivo é que formação seja idêntica à exigida no acesso à magistratu­ra

- DIOGO TORGAL FERREIRA

“QUATRO ANOS DE FORMAÇÃO NÃO CHEGAM”, DEFENDE O BASTONÁRIO

É já no próximo dia 17 que o Conselho Geral da Ordem dos Advogados (OA) apresentar­á em Assembleia Geral várias alterações ao Estatuto da OA, inclusive a exigência de um mestrado ou doutoramen­to para os jovens licenciado­s terem acesso à advocacia.

“As razões para avançarmos com estas mudanças prendem-se essencialm­ente com o facto de, neste momento, os advogados Portugal terem requisitos de acesso à formação académica muito abaixo dos que são exigidos para a magistratu­ra. A nosso ver, os advogados devem ter a mesmo tipo de formação exigida aos magistrado­s”, explicou ao CM Luís Menezes Leitão, bastonário da OA. Na sua visão, estas mudanças são ainda “fundamenta­is para garantir que os advogados portuguese­s tenham uma formação não inferior à dos seus colegas europeus e internacio­nais”. “Quatro anos de formação não chegam, e não chegam em mais nenhum país da Europa. Defendemos que em Portugal também se deveria exigir os cinco anos de formação.”

Menezes Leitão defende que estas mudanças não tornam o acesso à profissão menos democrátic­o. “Esse tipo de argumentos não colhe. Estes critérios de acesso à profissão são usados em toda a Europa. Além disso, é algo que ocorre também com a magistratu­ra e não consta que o respetivo acesso não seja democrátic­o”, afirma.

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Propostas de mudanças no acesso à profissão serão votadas a 17 de setembro

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