Com elevado valor nutricional, o palmito da bananeira abre novas portas às vantagens de matéria-prima que era habitualmente considerada desperdício.
Eda bananeira nasce… o palmito! O projeto Palmito do Atlântico traz-nos uma nova perspetiva sobre uma árvore relativamente à qual apenas temos vindo a aproveitar o seu fruto original: a banana.
João Petito, estudante do Curso Técnico Superior Profissional (CTeSP) em Cozinha e Produção Alimentar, foi o responsável pelo desenvolvimento do projeto Palmito do Atlântico, e o grande vencedor da 3ª edição do Concurso Regional Poliempreende da Universidade da Madeira (UMa), tendo ainda conquista o segundo lugar no concurso nacional.
O trabalho nasceu “no âmbito da disciplina de princípios de organização e gestão” cujo professor, “através do seu espírito empreendedor”, motivou João Petito “a pensar fora da caixa”. O responsável do projeto explica que acabou por “identificar que as bananeiras, após a colheita do cacho, apenas são utilizadas para adubar os solos”, percebendo que existiria aqui espaço para “criar algo novo”. A verdade é que se tornava possível aproveitar “a bananeira de uma forma muito mais eficiente separando-a por diferentes tipos de matérias-primas e aproveitando-a na totalidade” dando assim seguimento também a um importante conceito “de economia circular”.
Assim sendo, João Petito adianta que “o Palmito do Atlântico é um projeto que pretende aproveitar a bananeira na totalidade, conseguindo produzir, por exemplo, os palmitos em conserva”. Através da receita criada para este efeito, é possível “alcançar o sabor e a textura de maçã”, abrindo-se assim portas a todo um novo mercado. Mas João Petito explica ainda que foram também produzidos “congelados, o que, devido ao seu sabor natural totalmente neutro, permite que o palmito seja utilizado para entradas, inúmeras saladas, seja adicionado a pratos principais como guisados e ensopados, e ainda a sobremesas como tartes”. Em relação ao resto da matéria-prima, “através das fibras podemos produzir embalagens biodegradáveis, uma linha de produtos de souvenirs”, e ainda, com as sobras de matérias-primas, é possível criar “um composto biodegradável que irá alimentar os solos, fazendo com que a qualidade da produção de banana não seja alterada”. O responsável do projeto acredita que “o Palmito do Atlântico traz vários benefícios para a saúde humana” já que permite “regular a flora intestinal, diminuir os níveis de açúcar no sangue, ajudar em gastrites e úlceras”. Na verdade, “os seus níveis de gordura são praticamente nulos, sendo ainda ricos em fibras e vitamina B6”.
O projeto encontra-se, atualmente, numa fase de “análises e ajustes”, sendo que “os próximos passos serão postos em prática após ser lançado o estudo” que permita “comprovar toda a pesquisa”. No seguimento deste estudo, João Petito refere a necessidade de “criar patentes e começar com o plano de marketing” que assegure uma maior difusão do projeto e permita a candidatura a fundos “capazes de financiar a fábrica e a produção em si”.
Interação com a comunidade João Petito defende que “o projeto representa um grande impacto” para toda a comuni