Correio da Manha

Só chatices

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Fui ao Funchal em campanha. Não para a câmara, mas campanha à mesma: com uma peça de homenagem ao grande António Aragão, cujo centenário se celebra agora. As regras Covid na Madeira são mais pesadas que no continente: tive de preencher antes de partir um formulário e, para entrar no teatro, mesmo vacinado, um teste Covid. Uma chatice: é preciso gostar muito de teatro. E de viajar.

Não são muitos, mas são ruidosos, os que acham a pandemia ‘uma estupidez’, bem como a vacinação e estas regras todas. E são exímios a encontrar as faltas de lógica: “Então para entrar no restaurant­e preciso da máscara, mas para comer já posso?” Alguns até gracejam: “Quer dizer que o bicho, a existir, faz pausa para nos deixar comer, hé hé?

Isso tem lá algum jeito!”

E têm razão, não tem jeito. Ainda assim, eu não acho uma estupidez. É uma convenção, e creio que teria ainda menos jeito se tentássemo­s comer, com a máscara posta, a sopa de nabiças.

No aeroporto obrigam-nos a trazer a máscara, só que depois, para entrar no avião, a funcionári­a pede que a baixemos. É certo que é para ver se somos mesmo o portador do cartão de cidadão, mas é uma falha de lógica. Uma falha mais que os chamados ‘negacionis­tas’ usarão para demonstrar o absurdo destas medidas. E a prova (uma prova mais) de que ‘esta história da Covid’ tem apenas um objetivo: fazer de nós carneiros, sufocar-nos, destruir (ainda mais) as nossas liberdades.

É uma forma de ver. O problema é que, à medida que se convencem da sua razão, vão-se tornando mais violentos. Na Alemanha já houve um crime e cá o haver uma desgraça já esteve mais longe. Até o popular vice-almirante Gouveia anda agora com segurança reforçada. Ora, como não há almoços grátis, também não há seguranças grátis. E o dinheiro dos nossos impostos anda agora, por causa destas pueris ameaças, a ser desviado de causas mais benfazejas.

Falei da chatice das regras sanitárias.

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