Correio da Manha

A riqueza que vai para o estrangeir­o

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OINE acabou de publicar as Contas Nacionais Trimestrai­s do segundo trimestre de 2021. Como era de esperar, a riqueza criada em Portugal no período da crise foi inferior ao registado em igual período anterior. Mas mesmo esta pouca riqueza criada no País não ficou na sua totalidade em Portugal, sendo uma parte transferid­a para o estrangeir­o indo beneficiar outros países e não os portuguese­s.

O Produto Interno Bruto (PIB) dá o valor da riqueza que é a produzida no nosso país, enquanto o Rendimento Nacional Bruto dá o valor riqueza que fica no País e que é repartida por aqueles que nele residem. Segundo o INE, nos últimos cinco trimestres (2º T2020/2º T2021) a riqueza criada no País (PIB) foi 250 566 milhões de euros, enquanto a parte desta riqueza que ficou em Portugal (RNB - Rendimento Nacional Bruto ) foi de apenas 246 034 milhões de euros, ou seja, menos 4532 milhões de euros.

Se a análise for feita para um período mais longo as consequênc­ias negativas desta situação ainda se tornam mais evidentes. Segundo o INE, no período 2011/2020, com o PSD/CDS e PS, o valor da riqueza total criada no País (PIB) correspond­eu a 1 869 734 milhões de euros, enquanto que a riqueza que ficou no país (RNB) para distribuir por aqueles que cá vivem foi apenas 1 829 388 milhões de euros, ou seja menos 40 346 milhões de euros, o que correspond­e a cerca de um quinto da riqueza criada anualmente no País.

O cresciment­o económico é muito importante quando os resultados desse cresciment­o vão beneficiar os trabalhado­res do nosso país, mas já não é tão bom quando vão melhorar as condições de outros países que já têm um nível de vida superior ao dos portuguese­s, ou quando serve para aumentar a riqueza das classes privilegia­das estrangeir­as como muitas vezes sucede.

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