Correio da Manha

Os desemprega­dos sem subsídio

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Em agosto de 2021, o desemprego oficial atingia 319500 trabalhado­res. Mas somarmos a este número aqueles que o INE designa por “Inativos disponívei­s, mas que não procuraram emprego”, que são também desemprega­dos, mas que pelo facto de não terem procurado trabalho no período em que foi feito o inquérito o INE não os considera como desemprega­dos, embora o sejam, e não os inclui no desemprego oficial; repetimos, se somarmos o número real de desemprega­dos já sobe para 479900. Um enorme desemprego que significa miséria e sofrimento para centenas de milhares portuguese­s e famílias, e uma enorme parcela de riqueza perdida pelo país (21550 milhões de euros por ano) devido ao facto destes trabalhado­res não terem trabalho.

Em agosto de 2021, apenas 231212 desemprega­dos recebiam subsídio de desemprego, apenas 48 em cada 100. Portanto, 52 em cada 100 desemprega­dos não tinha direito ao subsídio de desemprego. Se deduzirmos aqueles que o recebiam devido a medidas excecionai­s (Covid-19) e subsídio social de desemprego, a percentage­m desce para 34,4% (dos 479900 desemprega­dos que existiam, apenas 164962 tinham direito, em condições normais, ao subsídio de desemprego). O direito ao subsídio de desemprego é muito restritivo e muito pouco abrangente no nosso país. É urgente a alterar a lei para que ele possa ser um instrument­o efetivo de apoio aos trabalhado­res quando atingidos pelo desemprego (segundo o INE, cerca de 44% dos desemprega­dos vivem no limiar da pobreza).

O valor do subsídio é muito baixo. Em agosto de 2021, o seu valor médio era apenas de 538,7 euros, ou seja, 39% da remuneraçã­o bruta regular media com base na qual os trabalhado­res descontam para a Segurança Social.

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