Costa espera convencer BE
O primeiro-ministro, António Costa, reafirmou ontem o seu otimismo quanto à aprovação da proposta do Orçamento do Estado (OE) de 2022, esperando desta vez voltar a contar com o Bloco que, o ano passado, chumbou o OE de 2021. “Felizmente, o Bloco parece estar com uma posição diferente este ano”, vincou António Costa em conferência de imprensa na Eslovénia, à margem do Conselho Europeu.
A posição do chefe do Executivo surgiu depois de a coordenadora do BE, Catarina Martins, ter defendido que “não há linhas vermelhas” para o partido, mas sim “prioridades”, desejando,
PEDRO FILIPE SOARES CRITICA OTIMISMO DO PRIMEIRO-MINISTRO
no fim, que as negociações com o Governo “corram bem”.
Mas este eventual reatar de relações entre BE e o Governo é frágil e até pode ruir face às críticas do líder parlamentar bloquista, Pedro Filipe Soares, depois de conhecer as linhas gerais do OE apresentadas ontem aos partidos pelo ministro das Finanças: “A veia otimista [do primeiro-ministro] não tem adesão à realidade.” Na perspetiva do deputado, a reunião com o Governo “não trouxe novidade nenhuma, nem desbloqueou problemas que estão em cima da mesa”. Ontem, Catarina Martins voltou a recordar as medidas essenciais que devem estar inscritas no OE como o fim do corte do fator de sustentabilidade (15,5%) das reformas antecipadas para quem descontou mais de 40 anos. A seguir o líder parlamentar insistiu que há ainda “muito trabalho a fazer”. Revelando que já há reuniões marcadas para as próximas semanas com o Executivo, Pedro Filipe Soares avisou: as prioridades do BE continuam a ter “parca resposta” e é preciso que o Governo “possa rever as suas posições”.
Costa reconhece que o caderno de encargos do BE é distinto do do Governo. Ainda assim, mostrou-se confiante quanto ao sucesso das negociações.