Correio da Manha

Bancário saca 131 mil euros a morto

CONFESSOU Criou email ao defunto para justificar movimentos na conta

- JOÃO NUNO PEPINO

OTribunal de Santarém começou ontem a julgar um ex-funcionári­o do banco BPI que está acusado pelo Ministério Público (MP) de ter desviado, em proveito próprio e à revelia da direção do balcão, cerca de 131 mil euros da conta de um cliente que tinha falecido há vários anos. O arguido, que confessou os factos da acusação, está a responder por dois crimes de abuso de confiança agravado, um crime de falsificaç­ão de documento, um de branqueame­nto e outro de falsidade informátic­a.

Segundo o processo judicial, a que o CM teve acesso, o ex-bancário, de 40 anos, era o gestor da conta deste cliente, que não tinha registo de quaisquer movimentos desde o seu faleciment­o, em 2006. O MP acusa-o de ter engendrado um plano para se apropriar do dinheiro, tendo r e a l i z a do um conjunto de operações para r e s gat a r aplicações financeira­s, antes de transferir o montante total para outras contas bancárias em seu nome, no Banco BIG, na CCAM e até no próprio BPI.

Além de ter falsificad­o vários documentos, o arguido criou até uma conta de email ao falecido, que servia para o defunto lhe enviar as instruções para movimentar o seu próprio dinheiro, e assim justificar as operações junto da direção do balcão de Santarém. Segundo a acusação, ao fazer circular o dinheiro entre três contas de bancos diferentes, não só em transações como em títulos de crédito internacio­nais, o ex-funcionári­o tentou “lavar o dinheiro”, dissimulan­do a quantia que obteve ilegitimam­ente.

FEZ O SAQUE PASSAR

POR TRÊS CONTAS DE

TRÊS BANCOS DIFERENTES

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