Correio da Manha

Culpa operadoras por atraso no leilão do 5G

DEMORA Presidente da Anacom ataca estratégia de incremento­s mínimos seguida por MEO e NOS e recusa demitir-se COBERTURA Prazos iniciais são para ser cumpridos, disse ontem o regulador

- VANESSA FIDALGO

Opresident­e da Autoridade Nacional das Comunicaçõ­es (Anacom) acusou ontem as duas principais operadoras licitantes do leilão do 5G, a NOS e MEO, pela conclusão tardia do processo. Contudo, João Cadete de Matos considerou que o desfecho, na quarta-feira, atingiu o objetivo de “estimular a concorrênc­ia” e realçou que a demora também contribuiu para o encerramen­to( após 10 meses de rondas) comum“valor acima da média europeia”. O leilão vai permitir ao Estado um en

ESTADO ENCAIXA 566,8 M € COM FIM DO LEILÃO DA NOVA TECNOLOGIA

caixe 566,8 milhões de euros.

“A NOS e a MEO usaram sistematic­amente a opção das licitações pelos mínimos de 1 a 3%.O que se observou foi uma marcha lenta”, disse Cadete de Matos. Um fator com que o regulador não contava, pois “partiu para o leilão com a convicção de que as empresas queriam ter rapidament­e acesso às licenças”.

Segundo os cálculos apresentad­os pelo presidente da Anacom, o leilão teria terminado “ao fim de dez dias, se as licitações tivessem sido feitas na ordem dos 20%, e em três meses na opção dos 5%”. Os incremento­s mínimos de 5% só se tornaram obrigatóri­os no final de setembro, o que acabou por acelerar o desfecho do leilão.

Ainda sobre as críticas ao modelo (nomeadamen­te do primeiro-ministro António Costa), Cadete de Matos considerou “inadmissív­eis” as campanhas de “difamação” de que diz ter sido alvo, mas reiterou que sempre teve uma relação de “confiança, autonomia e isenção” com o Governo. “Nunca ponderei demitir-se”, frisou.

Apesar da demora, ME O, NOS, Nowo, Vodafone, a romena Dixarobil e a britânica Dense Air terão de cumprir as mesmas obrigações e prazos estipulado­s no início: garantir a cobertura a 95% da população e chegar a 90 % nas freguesias considerad­as de baixa densidade até 2025, com metas intermédia­s em 2023 e 2024.

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João Cadete de Matos, da Anacom, atribuiu a demora do leilão do 5 G à estratégia usada pelas operadoras licitantes

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