Ladrão de cuecas põe rapariga a viver terror

CRIME Rapaz de 16 anos foi a casa de colega de 15 furtar roupa interior e fotos que mostrou a outros

Uma adolescente de 15 anos entrou numa espiral de ataques de pânico e ficou com perturbações obsessivas porque um colega de escola lhe sacou as chaves e foi a sua casa roubar roupa interior e um disco externo com fotos desde que ela tinha 9 anos. O rapaz partilhou com colegas algumas fotos pessoais da vítima e as imagens das cuecas e biquínis furtados.

Foi condenado pelo Tribunal do Barreiro a cumprir 480 horas de trabalho a favor da comunidade (furto) e a 900 € de multa (devassa da vida privada). Vai indemnizar a vítima em 15 260 €. Recorreu para a Relação de Évora, que manteve as penas.

Segundo os acórdãos, a que o CM teve acesso, vítima e condenado eram colegas no 9º ano, no Barreiro. Em junho de 2016, ele conseguiu as chaves da casa para se apoderar “de peças de vestuário íntimas”. Tirou um disco externo, três pares de cuecas e um sutiã. O rapaz (com 16 anos) extraiu para o seu telemóvel as fotos da vítima embiquíni. A roupa interior exibiu-a numa videochamada a dois amigos. Mais tarde partilhou com outro as fotos da vítima.

Quando soube, em janeiro de 2017, a vítima entrou em choro compulsivo, mudou a fechadura e fez queixa na PSP. Os tribunais relatam como teve de manter o silêncio frente ao colega que lhe aterrorizou a vida, para permitir a investigação - o que lhe custou o ano letivo. Deixou de conseguir dormir sozinha no quarto, passando a ter a mãe na cama. “Chorava compulsivamente e não conseguia adormecer ”, sempre “alerta para a possibilidade de alguém entrar” e “sentia repulsa ao entrar no seu quarto onde não conseguia permanecer, nem tocar nas suas coisas”. A mãe e a avó tiveram que efetuar várias limpezas profundas ao quarto e “deitar fora toda a roupa interior e comprar nova”.

O arguido, que confessou e pediu desculpa, recorria contra o valor da indemnização. A Relação decidiu que ele está a acabar um curso, ajuda no restaurante da família e pode contrair um crédito para a pagar.

CONDENADO A 480 HORAS DE TRABALHO E MAIS DE 15 MIL € DE INDEMNIZAÇÃO