Escola de Tiago e Rafael sem ordem para ‘recuo’
IMPASSE Decisão judicial impunha reprovação, mas alunos de mérito mantiveram o nível escolar
Segunda-feira, 8 de novembro, o ‘Dia D’ para Tiago e Rafael. Os dois irmãos de 13 e 15 anos, de Vila Nova de Famalicão, obrigados, por decisão do Tribunal Administrativo e Fiscal de Braga, a recuar um ano letivo por terem faltado a todas as aulas de Cidadania e Desenvolvimento, saberiam se voltavam, ou não, ao ano letivo que terminaram em junho passado, com nota máxima a todas as disciplinas. Ontem, não tiveram que recuar. A escola não soube explicar ao pai “a situação escolar” dos dois estudantes de mérito.
“Estive aqui mais de uma hora em tentativas para que a escola me e s c l a r e - cesse sobre a situação escolar dos meus filhos, mas lamentavelmente saio sem uma resposta”, disse Artur Mesquita Guimarães, ontem de manhã, à saída da Escola Camilo Castelo Branco, onde os filhos Tiago e Rafael estudam. “Sei que hoje estão o Tiago no 8º ano e o Rafael no 10º, mas não sei se a situação é provisória ou definitiva e preciso dessa resposta”, afirmou o encarregado de educação, enquanto mostrava um documento que o diretor da escola se terá recusado assinar, sobre a situação académica dos dois adolescentes. “Tenho que socorrer-me de duas testemunhas para atestar que estive aqui, a preocupar-me com a situação escolar dos meus filhos”, rematou.
O pai dos dois estudantes quer que os tribunais lhe reconheçam o direito de recusar que os filhos frequentem a disciplina. A luta nos tribunais dura desde 2018. “Tem sido um processo transparente, não escondemos nada de ninguém. Só queremos que o Estado português reconheça os nossos direitos”, sublinhou Mesquita Guimarães, frisando que até ontem “ninguém do Ministério da Educação entrou em contacto connosco”.
PAI TEVE QUE LEVAR TESTEMUNHAS PARA PROVAR QUE FOI À ESCOLA