“Os pobres não podem esperar”
O DESAFIO É SAIRMOS DOS NOSSOS SOFÁS E IRMOS AO ENCONTRO DOS MAIS POBRES
Estas palavras ainda hoje ecoam dentro de mim! Foram proclamadas pelo tão querido e saudoso Dom António Francisco dos Santos, Bispo do Porto (2014-2017), na celebração da sua entrada solene na Diocese onde cresci, vivi e fui ordenado.
A Pandemia veio revelar de uma forma tão dolorosa inúmeras das nossas pobrezas, algumas já do conhecimento de todos e outras surpreendentemente descobertas ou redescobertas. Há dias, foi tornado público que uma parte significativa dos nossos concidadãos em situação de pobreza são trabalhadores. Ou seja, saem de casa para os seus trabalhos, andam nos transportes, lutam pelo seu sustento e das suas famílias, mas os seus parcos rendimentos não lhes permitem corresponder aos encargos a que todos temos direito: o direito a viver numa casa com o mínimo de dignidade, o direito à alimentação, aos cuidados de saúde e de educação…
O Papa Francisco convida-nos à reflexão e à ação no dia 14 de novembro, o Dia Mundial dos Pobres, celebrado pelo quinto ano consecutivo. E, mais uma vez, o desafio é sairmos dos nossos sofás e irmos ao encontro dos mais pobres. Diz o Papa: “É urgente ir ter com eles às suas casas, aos hospitais e casas de assistência, à estrada e aos cantos escuros onde, por vezes, se escondem, aos centros de refúgio e de acolhimento.”
A JMJ Lisboa 2023 também é caminho para este encontro. Quantas vezes não são os mais jovens que nos pedem e nos exigem a escuta e o discernimento sobre os gritos da humanidade, da natureza?
Na verdade, só juntos seremos capazes de vencer tantos desafios que temos como família humana, como fraternidade universal…