Investigação quer cabecilha a falar
JUSTIÇA Ex-Comando Paulo Nazaré e o braço-direito já estão na cadeia CONTRABANDO DE DIAMANTES Crimes em missão da ONU na RCA
Paulo Nazaré, 25 anos, o ex-militar Comando (esteve nessa tropa especial apenas dois anos) tido como cabecilha do esquema que fazia contrabando de diamantes de sangue e ouro a coberto das missões das Nações Unidas na República Centro-Africana (RCA), é a chave para chegar a outros elementos que compunham a rede, acreditam os investigadores, apurou o CM.
Na mesma medida, Wilker Almeida, tido como braço-direito de Nazaré, terá informação fundamental sobre o esquema de branqueamento de dinheiro que ambos montaram e que, além dos negócios do cabecilha, servia ainda “diplomatas e generais angolanos”, conforme
ADVOGADO DETIDO NEGA CULPA E PSP FOI ALVO DE DESARMAMENTO
foi apanhado durante a investigação em escutas telefónicas.
Os dois estão agora no Estabelecimento Prisional de Lisboa, a cumprir quarentena e isolados em celas separadas. O CM sabe que Paulo Nazaré entrou, quarta-feira à noite, tranquilo e bem vestido. Trocou algumas impressões sobre o processo e recolheu à sua cela.
Entretanto, o advogado Artur Batista Amorim, que também foi detido na operação Miríade da PJ, mas ficou em liberdade, emitiu um comunicado onde afirma que “em sede própria e desde a primeira hora manifestei total e inteira disponibilidade para prestar todos os esclarecimentos e informações”, o que diz ter feito “demonstrando ser totalmente alheio aos factos que vêm sendo reportados na comunicação social”.
Já a PSP de Lisboa afirma que Michael Oliveira (ex-Comando e polícia desde outubro) tem um “processo disciplinar” e foi sujeito a “medida de desarmamento”. Foi suspenso de funções, assim como um GNR e dois militares do Exército no ativo, estando todos com proibição de contactos com outros arguidos e proibidos de sair do território nacional.