Foge de instituição para casa dos pais
CASO Filipa Pinto, 17 anos, regressou à casa de onde foi retirada em bebé
Filipa Pinto, de 17 anos, foi retirada à família ainda bebé - os pais viram-se, da mesma forma, afastados de outras três filhas. Depois de passar por várias instituições, há cerca de um mês, a adolescente fugiu da Misericórdia de Resende para a casa de família, na aldeia de Barcos, Tabuaço.
Na quarta-feira, militares da GNR, munidos de um mandado de detenção e de encaminhamento para instituição social, tentaram, sem sucesso, levar a menor. “Eu não quero voltar pa r a nenhuma i ns t i t ui ç ã o . Quero ficar com os meus pais. Fui maltratada. Numa das instituições, a minha mãe foi-me ver e eu, que estava ao colo de uma funcionária, acenei-lhe.
A funcionária bateu-me e acabei por ficar de castigo num quarto escuro”, conta Filipa Pinto.
A mãe, Anabela Pinto, de 45 anos, garante ao CM que tentou várias vezes reaver a guarda das filhas, o que lhe foi sempre negado. “As assistentes sociais tiraram-me as meninas com base em mentiras [relacionadas com consumo de álcool e drogas]. Pedi e fiquei à disposição para testes que o comprovem, mas nunca os fizeram”, lamenta.
Os pais vivem do trabalho no campo, numa casa sem condições. Não pedem dinheiro - nunca o fizeram, garantem. Pedem apenas ajuda para arranjar o espaço. O objetivo é garantir que a habitação degradada possa um dia acolher as filhas, de quem foram afastados.
O casal já apelou ao Movimento AMARCA - Associação e Movimento de Alerta à Retirada de Crianças e Adolescentes, com o intuito de entrada com um processo na Justiça para que a filha Filipa não volte a sair de debaixo do tecto da família.
MILITARES DA GNR COM MANDADO DE DETENÇÃO E DE ENCAMINHAMENTO