O ponto de partida
OCM publicou na segunda-feira a primeira sondagem de intenção de voto após o anúncio da dissolução do Parlamento. O estudo traz indicadores interessantes, mas deve ser entendido apenas como o ponto de partida para as eleições que decorrerão daqui a dois meses e meio.
Em primeiro lugar, a comparação com a sondagem equivalente publicada em setembro, ainda antes das eleições autárquicas, parece confirmar que os portugueses não terão ficado particularmente agradados com a reprovação do orçamento e consequente derrube do governo, penalizando os partidos que responsabilizam por isso – Bloco e PCP.
Em segundo lugar, com recurso à mesma comparação, observa-se um reforço dos grandes partidos, PS e PSD. As perdas generalizadas dos restantes partidos podem ser entendidas como sinais de que as pessoas parecem procurar soluções que garantam estabilidade política e governos de longa duração.
O terceiro dado relevante deste estudo da Intercampus para o CM é o enorme atraso do PSD face ao PS, mais de 10%, e a quase certa impossibilidade de vir a formar-se uma maioria de direita capaz de levar o PSD ao governo. Pelo contrário, o PS aparece bastante próximo de uma maioria absoluta, mas faltam-lhe três ou quatro pontos percentuais para lá chegar. Como o diálogo à esquerda nem sempre é possível, ficou claro na recente entrevista de António Costa à RTP que o PS vai lutar pelos votos que lhe faltam e, ao mesmo tempo, manter abertos canais de diálogo também ao centro, recuperando a estratégia de diálogo com todos, como defendia Mário Soares e veio agora lembrar Manuel Alegre.
O PS APARECE BASTANTE
PRÓXIMO DE UMA MAIORIA ABSOLUTA