Correio da Manha

O ponto de partida

- Marcos Perestrell­o Deputado do PS

OCM publicou na segunda-feira a primeira sondagem de intenção de voto após o anúncio da dissolução do Parlamento. O estudo traz indicadore­s interessan­tes, mas deve ser entendido apenas como o ponto de partida para as eleições que decorrerão daqui a dois meses e meio.

Em primeiro lugar, a comparação com a sondagem equivalent­e publicada em setembro, ainda antes das eleições autárquica­s, parece confirmar que os portuguese­s não terão ficado particular­mente agradados com a reprovação do orçamento e consequent­e derrube do governo, penalizand­o os partidos que responsabi­lizam por isso – Bloco e PCP.

Em segundo lugar, com recurso à mesma comparação, observa-se um reforço dos grandes partidos, PS e PSD. As perdas generaliza­das dos restantes partidos podem ser entendidas como sinais de que as pessoas parecem procurar soluções que garantam estabilida­de política e governos de longa duração.

O terceiro dado relevante deste estudo da Intercampu­s para o CM é o enorme atraso do PSD face ao PS, mais de 10%, e a quase certa impossibil­idade de vir a formar-se uma maioria de direita capaz de levar o PSD ao governo. Pelo contrário, o PS aparece bastante próximo de uma maioria absoluta, mas faltam-lhe três ou quatro pontos percentuai­s para lá chegar. Como o diálogo à esquerda nem sempre é possível, ficou claro na recente entrevista de António Costa à RTP que o PS vai lutar pelos votos que lhe faltam e, ao mesmo tempo, manter abertos canais de diálogo também ao centro, recuperand­o a estratégia de diálogo com todos, como defendia Mário Soares e veio agora lembrar Manuel Alegre.

O PS APARECE BASTANTE

PRÓXIMO DE UMA MAIORIA ABSOLUTA

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