Correio da Manha

A MINHA GUERRA

CONFLITO Guerra Colonial durou treze anos e marcou para sempre os seus protagonis­tas. A partir de dia 26 pode ler no jornal e ouvir no site as memórias de 15 soldados portuguese­s

-

“ERA UMA JANGADA FEITA DE BIDÕES,

ELES VINHAM CARREGADOS COM O ARMAMENTO TODO E PUSERAM LÁ UM CAMIÃO AINDA DENTRO E AQUILO COM CENTO E TAL PESSOAS LÁ DENTRO, O QUE É QUE SE ESTAVA À ESPERA? AQUILO VIROU”

VÍTOR OLIVEIRA, GUINÉ

“DE PRINCÍPIO, AS ARMAS DELES ERAM A CATANA, PAUS E PEDRAS, E DEPOIS TAMBÉM NÃO ESTAVAM TREINADOS CONVENIENT­EMENTE, APARECIAM 100, 200, OS PAUS NO AR, COM AS CATANAS E MATA BRANCO, E A NOSSA SORTE ERAM AS

GRANADAS OFENSIVAS, QUE NÓS ATIRÁVAMOS A GRANADA OFENSIVA, ELA DAVA UM ESTOURO MUITO GRANDE

E ELES FUGIAM COM MEDO”

NARCISO GUEDES, ANGOLA

COLEÇÃO DE HISTÓRIAS NAS PÁGINAS DO CM AO LONGO DE QUINZE DIAS

“UMA DAS NOSSAS PRIMEIRAS PREOCUPAÇÕ­ES QUANDO

REGRESSÁVA­MOS AO AQUARTELAM­ENTO NÃO ERA TOMAR BANHO NEM IR BEBER UMAS CERVEJAS, ERA LIMPAR A NOSSA NAMORADA, A NOSSA ARMA,

ERA AQUELA COMPANHEIR­A QUE ZELAVA POR NÓS DIA A DIA,

NOITE A NOITE”

JOÃO RATO, ANGOLA

Ao longo de 13 anos, o País enviou para combater em Angola, Moçambique e Guiné 800 mil soldados, a maioria jovens de 20 anos com pouca ou nenhuma preparação para o que iam encontrar.

Na Guerra Colonial, que durou entre 1961 e 1974, dez mil portuguese­s morreram, 30 mil ficaram feridos e a maioria carrega marcas para a vida. O Correio da Manhã, que dá voz a estes homens há 13 anos na revista ‘Domingo’, publica no jornal a partir de sexta-feira, dia 26, quinze histórias de guerra que marcaram para sempre os seus protagonis­tas e que espelham a dureza de um conflito que a maioria não escolheu viver e em que se confrontou com a morte e com o medo de poder nunca regressar a casa.

Os leitores poderão ler as histórias dos antigos combatente­s da Guerra Colonial de segunda-feira a domingo no jornal – mas também ouvi-las: no site do Correio da Manhã (www.cmjornal.pt) vão estar disponívei­s os podcasts – conteúdos áudio – respetivos. Um especial CM que honra uma geração que não pode ser apagada da História e que durante tantos anos esteve votada ao esquecimen­to.

 ?? ??

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Portugal