Um novo normal novo
ACOVID é sobretudo um pânico social e político. Não que não seja uma doença médica, mas é apenas ligeiramente mais grave do que experiências idênticas por que passamos todos os anos graças a vírus parecidos: influenza, adenovírus, rinovírus ou outros coronavírus do tipo do SARS-CoV-2. Enquanto não incorporarmos a relativa normalidade da COVID, continuaremos nesta espiral deprimente, depressiva e autodestrutiva.
Veja-se a relação com as vacinas. É ridículo dizer que a vacinação é baixa na Europa, ou nalguns países europeus: a Europa é o continente mais vacinado do mundo (excepto nos Balcãs); se é baixa na Europa, o que dizer do resto. Exigir a vacinação universal deriva do pânico e é contraproducente: as vacinas reduzem pouco a transmissão, mas protegem bem contra morte, doença grave e internamento. Só que os seus efeitos enfraquecem ao fim de um, dois ou três meses e, ao fim de seis, já quase não existem. Como a vacinação universal não se consegue num ano (veja-se Portugal, onde só 87% estão vacinados), haverá sempre alguém a precisar de vacina. Isto torna-se um carrossel perpétuo que não vai a lado nenhum. E traz o delírio, como a correria para vacinar crianças, que não sofrem quase nada com a COVID.
A boa estratégia sempre foi proteger os grupos de risco (incluindo com vacinas), deixando os outros entregues a uma vida o mais próxima possível do normal, adoptando cautelas razoáveis.
A vida social tem riscos, mas o maior risco é não os correr para não termos nenhum. Os riscos deverão ser controlados. Mas se não existirem, não há vida social. Ou melhor, não há vida.
A VIDA SOCIAL TEM
RISCOS, MAS O MAIOR RISCO É NÃO OS CORRER PARA NÃO TERMOS NENHUM