Incidente diplomático em viagem de Marcelo
EMBAIXADOR Diplomata proíbe adido militar na embaixada portuguesa em Luanda de se despedir do Presidente da República GOVERNO Ministério desconhece qualquer incidente
Um incidente diplomático e protocolar entre o embaixador português em Angola, Pedro Pessoa e Costa, e o adido militar na nossa embaixada em Luanda, coronel Guedes Vaz, ensombrou a visita do Presidente da República a Angola por ocasião da Bienal de Luanda 2021 - Fórum Pan-Africano para a Cultura de Paz.
Segundo apurou o CM, o diplomata deu ordem ao militar para não estar presente à chegada de Marcelo, ordem que foi contrariada pelo coronel do exército. Perante esta atitude, o embaixador proibiu a presença do militar nas cerimónias de despedida do Chefe de Estado, que hoje chega a Lisboa. Perante esta ordem direta, o militar não esteve presente.
Segundo apurou o CM, não existem indicações da Presidência para que os adidos militares colocados nas embaixadas estejam presentes à chegada ou partida do Presidente. Em termos protocolares, a única entidade obrigada a estar presente é o embaixador, que tem autonomia par a s e f a z e r a c o mpanhar de quem quiser.
O CM questionou a Presidência da República sobre este incidente, mas até ao fecho desta edição não obteve qualquer resposta.
Também foi questionado o Ministério dos Negócios Estrangeiros sobre o sucedido. Fonte oficial do Palácio das Necessidades disse ao CM que “não foi reportado ao ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros ou ao seu Gabinete qualquer incidente como o que o CM descreve”.
Pedro Pessoa e Costa é embaixador em Luanda desde 2020. Antes foi embaixador no Panamá. O CM apurou que o embaixador deve ser substituído em janeiro de 2022 pelo diplomata Francisco Alegre Duarte, que serviu em Timor-Leste, em Nova Iorque (junto das Nações Unidas) e que também já passou por Angola. Questionado sobre as razões desta mudança, o Ministério dos Negócios Estrangeiros também nada disse.
CORONEL DESOBEDECEU ÀS ORIENTAÇÕES E ESTEVE PRESENTE À CHEGADA