Bombas com mensagens castigam vitória da Ucrânia
CASTIGO Ataque à fábrica de Azovstal com bombas de fósforo e de fragmentação em resposta à vitória no Eurofestival
Por favor, ajudem a Ucrânia, por favor, ajudem Mariupol, por favor, ajudem Azovstal.” O apelo apaixonado de Oleg Psiuk, líder do grupo de hip-hop ucraniano que ganhou a Eurovisão, não foi bem recebido em Moscovo, que ontem lançou mais um ataque ao complexo industrial de Azovstal, na cercada cidade de Mariupol, e onde estão entrincheirados pelos menos 200 civis e muitas centenas de militares ucranianos. Alexander Khodakovsky, um comandante das forças ucranianas em Donetsk, que gravou o ataque em vídeo, diz que foram usadas bombas de fósforo.
As bombas de fósforo, que deixam marcas brancas no céu, não podem ser usadas em nenhuma circunstância contra a população, sendo proibidas ao abrigo de convenções internacionais. Podem, no entanto, ser utilizadas nos campos de batalha para criar nuvens de fumo, gerar iluminação, marcar alvos ou incendiar bunkers e edifícios.
No ataque foram também usadas bombas de fragmentação, altamente perfurantes quando atingem o alvo, com mensagens provocatórias manuscritas. Petr Andryushchenko, conselheiro do autarca de Mariupol, partilhou fotografias das bombas russas no canal Telegram, condenando as forças de Putin por terem “perdido a humanidade”. Numa das mensagens pode ler-se: “Exatamente como pediu, Kalusha! Para Azovstal”. E noutra: “#Eurovisão2022. Eu ouvi a chamada para f... Azov. Ajudem Mariupol. Ajudem Mariupol agora mesmo.”
As bombas OFAB 250-270 nas quais as provocações foram escritas são dispositivos de fragmentação altamente explosivos projetados para destruir instalações militares ou
É PROIBIDO O RECURSO A BOMBAS DE FÓSFORO CONTRA POPULAÇÕES
Bomba
industriais e veículos blindados, pulverizando uma torrente de estilhaços perfurantes sobre uma área grande.
“Simplesmente são desumanos... perderam qualquer coisa remotamente semelhante ao humanismo e à humanidade”, disse o conselheiro, chocado com a crueldade do ataque.n