Correio da Manha

Governo ataca lucros dos híperes nos últimos 4 anos

APROVADO r Maioria do PS garante contas para 2023 com abstenção do PAN e Livre AUSTERIDAD­E r Fernando Medina assegura quatro anos de aumentos dos salários

- MIGUEL ALEXANDRE GANHÃO

Éa grande novidade dos dois dias de discussão na generalida­de do Orçamento do Estado, que ontem culminou com a aprovação com os votos do PS e a abstenção do PAN e do Livre: falamos da criação de uma taxa de 33% sobre os lucros inesperado­s e extraordin­ários das empresas de distribuiç­ão. Segundo apurou o CM, o Governo vai contabiliz­ar os lucros dos híperes e supermerca­dos dos últimos quatro anos, fazer uma média, e tributar tudo o que, este ano, estiver 20% acima daquele valor.

A medida estará fora do Orçamento e segue o regulament­o da União Europeia que aplicará aquela taxa ao setor da energia. A grande preocupaçã­o do Governo é como impedir que a grande distribuiç­ão repercuta essa taxa nos preços dos bens à venda nos hipermerca­dos.

Ontem, a Associação Portuguesa de Empresas de Distribuiç­ão (APED) disse ter ficado “surpresa” com a medida. “O que temos assistido nos últimos tempos é a um cresciment­o dos preços por via da inflação e do aumento dos custos dos fatores de produção”, referiu Gonçalo Lobo Xavier, citando um estudo

recente “que explicou que, as empresas em geral, mas o retalho em particular, não têm estado a passar para o cliente final o aumento dos custos dos fatores de produção na mesma proporção do seu cresciment­o”.

Entretanto, na sua intervençã­o, o ministro das Finanças recusou que este seja um Orçamento de austeridad­e. “Como pode alguém, com verdade, falar de política de austeridad­e? Não pode. Não pode, porque serão quatro anos de aumentos, quatro anos de compromiss­o, quatro anos de estabilida­de nos rendimento­s”, afirmou o governante. Já o ministro da Economia, Costa Silva, garantiu que, no final deste ano, as exportaçõe­s deverão atingir 49% do Produto Interno Bruto e que “a economia não é só turismo”. O governante mostrou-se desagradad­o com o funcioname­nto do Banco de Fomento.n

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felicita o ministro das Finanças, Fernando Medina, depois do discurso de defesa do Orçamento do Estado ontem na Assembleia da República
António Costa felicita o ministro das Finanças, Fernando Medina, depois do discurso de defesa do Orçamento do Estado ontem na Assembleia da República
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Costa Silva, ministro da Economia

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