Infarmed avalia desconto em remédios para obesos
OInfarmed está a avaliar dois processos de comparticipação de medicamentos para o tratamento da obesidade e excesso de peso. A confirmação da avaliação dos remédios foi dada ao Correio da Manhã pela autoridade nacional do medicamento e produtos de saúde, que não revela, contudo, quando é que recebeu os pedidos e em que fase estes se encontram.
Em Portugal existem três fármacos indicados para o tratamento da doença, mas nenhum é comparticipado. Um dos medicamentos em fase de avaliação é o Saxenda (liraglutido é a substância ativa), confirmou o Correio da Manhã junto da empresa Novo Nordisk, responsável pela comercialização.
Em avaliação pelo Infarmed poderá estar ainda um dos restantes medicamentos para a obesidade: o Mysimba (naltrexona e bupropiona) ou o Xenical (orlistato). Mas também podem estar em avaliação fármacos indicados para a diabetes, que têm sido usados para emagrecer. São os casos do Ozempic comparticipado para a diabetes - e do Victoza, ambos da Novo Nordisk.
A confirmação surge numa altura em há escassez de Ozempic nas farmácias. O fármaco, para a diabetes tipo 2, tem sido procurado para emagrecer. A comparticipação para esse uso não está autorizada.
Atualmente, as soluções para o tratamento da obesidade são as cirurgias. Fica por saber quando é que a comparticipação poderá entrar em vigor e se a avaliação custo-benefício estará a favor dos doentes, de forma a gastarem menos dinheiro na farmácia. O Saxenda, por exemplo, custa 244,37 €. Este é o primeiro passo para que a obesidade passe a ter tratamento farmacológico comparticipado em Portugal, onde 68% da população tem excesso de peso ou obesidade. O Estado gasta, por ano, 1,14 mil milhões de euros, ou seja, 0,6% do PIB e 6% do total de gastos com a saúde.n
MEDICAMENTO SEM COMPARTICIPAÇÃO PODE CUSTAR MAIS DE 200 €