Docente em cadeira de rodas levada em braços
OBSTÁCULO r Falta um acesso direto à escola, onde Maria Vaz só consegue entrar com ajuda de colegas, funcionários e pessoal das obras PEDIDO r Expôs caso ao diretor mas ficou sem resposta
Maria Vaz, de 52 anos, é professora de Educação Especial e tem vivido dias difíceis desde o início do ano letivo. Foi colocada na Escola Básica Luciano Cordeiro, em Mirandela, mas as obras no edifício e zona envolvente cortaram o acesso direto à escola. Desloca-se em cadeira de rodas e só consegue entrar com a ajuda de colegas, funcionários e pessoal das obras, que a levam em braços. “Têm sido a minha salvação”, relata Maria Vaz.
No interior da escola, também precisa de ajuda, pois um lance de escadas impede o acesso à sala onde dá aulas. “Fui colocada
TAMBÉM PRECISA DE AJUDA DENTRO DA ESCOLA PARA SUBIR ESCADAS
perto de casa, numa escola considerada inclusiva, mas a minha vida tornou-se ainda mais difícil”, conta, de lágrimas nos olhos. Já expôs, por escrito, a situação ao diretor da escola, mas não teve resposta.
O desabafo de Maria Vaz vai ainda mais longe. “Passo mais de nove horas na escola, sem ter descanso, presa a esta cadeira, com um horário lotado”, refere, enquanto explica que há dias em que tem “apenas uma hora” para almoçar e deslocar-se à fisioterapia num carro que ainda não está adaptado à sua condição. Sublinha que foi submetida a uma cirurgia e, desde então, desloca-se em cadeira
de rodas. Com esperança de que a sua voz se oiça, a professora de Educação Especial decidiu tornar a situação pública e faz um apelo para que resolvam o problema dos acessos à escola, por forma a ter “condições para trabalhar.”
O Correio da Manhã tentou contactar o diretor da escola, mas não obteve qualquer resposta.n