XUTOS & PONTAPÉS “CIRCO DE FERAS' FOI UM DISCO DE VIRAGEM”
GRUPO CELEBRA 35 ANOS DO ÁLBUM COM CINCO CONCERTOS NO TEATRO TIVOLI, LISBOA, ENTRE 2 E 5 DE NOVEMBRO (ÚLTIMA DATA EM DOSE DUPLA, 17H30 E 21H30). À `BOA ONDA', TIM REVELA TUDO
Oque estão a preparar em concreto para estes concertos?
Estamos a preparar uma apresentação na íntegra do ‘Circo de Feras’ e depois mais qualquer coisa para juntar à festa. Temos também alguns cenários alusivos à época e convidámos ainda o Tó Trips para se juntar a nós para nos ajudar a replicar o som da altura. É um velho amigo da banda e um grande amigo do Zé Pedro [morreu em 2017], que aprendeu a fazer as partes dele.
Há quanto tempo os Xutos não tocavam este disco na íntegra?
Eh pá, provavelmente há uns 30 anos. Há dez anos acho que o tocámos quase todo no Campo Pequeno [Lisboa], mas para todos os efeitos já lá vai muito tempo.
O ‘Circo de Feras’ é o melhor disco da carreira dos Xutos?
Não. Na minha opinião é um disco de viragem por vários motivos, entre os quais o facto de termos tido mais condições para o fazer e de virmos de uma altura muito entusiasmante depois do ‘Cerco’ e da entrada do Cabeleira e do Gui. Nesta fase, já estávamos mais lançados e sentíamos que estávamos a crescer.
E foi o primeiro disco que lançaram por uma multinacional!
Sim. O Tozé Brito, na altura, contratou quatro bandas para ver o que é que dava, e uma delas foi os Xutos. Alguém lhe falou de nós e ele foi depois ver-nos ao Rock Rendez Vous. No seguimento, propôs-nos então um contrato. Lembro-me de que entre as outras bandas estavam os Mler If Dada e os Afonsinhos do Condado.
É verdade que quando foram para estúdio gravar o ‘Circo de Feras’ apareceram com 40 canções?
Não sei se eram 40, mas o que sei é que eram muitas, tanto que algumas canções ainda passaram para o single da ‘Casinha’ e outras para o disco seguinte, o ‘88’.
Este nome, ‘Circo de Feras’, tinha algum simbolismo?
O ‘Circo de Feras’ era uma canção que nós já tínhamos e que apareceu logo na entrada do Gui e do João Cabeleira para os Xutos. No final, quando estávamos a ouvir as gravações, e como ainda não tínhamos título para o disco, eu sugeri que fosse ‘Circo de Feras’.
Por alguma razão especial?
Porque acho que espelhava o que estávamos a sentir: a entrar numa profissionalização a sério com todas as mudanças que isso trouxe para as nossas vidas.