Por cada100 € ganhos, 37,6 ficam para o Estado
CARGA FISCAL r Peso dos impostos e das contribuições para a Segurança Social no PIB subiu em Portugal, em 2021, para 37,6% POSIÇÃO r O nosso país ficou a meio da tabela entre os 27 Estados-membros, no 15º posto, mas abaixo da média (41,7%) da UE
Por cada 100 euros de salário, os trabalhadores portugueses pagaram, em média, 37,6 em impostos e contribuições para a Segurança Social no decorrer do ano passado, para o que contribuiu a subida, ainda que ligeira, da chamada carga fiscal, face a 2020. Portugal integra mesmo o grupo de 20 Estados-membros da União Europeia (UE) que viram o rácio da tributação e das contribuições sobre o Produto Interno Bruto (PIB) – a riqueza criada ao longo do ano – a registar aumentos, mostram os dados que foram divulgados ontem pelo Eurostat.
A informação da entidade estatística europeia esclarece que Portugal atingiu, no ano passado, uma carga fiscal de 37,6% (mais uma décima face aos 37,5% de 2020), o que colocou o país a meio da tabela entre os 27
DINAMARCA,
países que fazem parte do espaço comunitário.
Ainda assim, importa referir que por cá se registou um valor de carga fiscal mais baixo face à média da UE, que se fixou nos 41,7%, o correspondente, para o conjunto dos Estados-membros,
a um aumento de seis décimas em relação a 2020.
No topo dos países onde os impostos e as contribuições para o regime de Segurança Social mais pesaram, no ano em apreço, nos bolsos dos cidadãos (ver infografia), ficaram a Dinamarca, a França e a Bélgica. Já no extremo oposto posicionaram-se a Irlanda, a Roménia e a Bulgária.
De 2020 para 2021, o rácio dos impostos e contribuições sociais no PIB aumentou mais no Chipre (de 34% em 2020 para 36% em 2021), enquanto registou as maiores descidas na Hungria (de 36,1% em 2020 para 34% em 2021) e na Croácia (de 36,9% para 35,8%).
Só cinco países dos 27 da UE diminuíram o peso dos impostos e contribuições face a 2020 – França, Croácia, Letónia, Hungria e Holanda. Outros dois – Bélgica e Chéquia – optaram por manter a carga fiscal.
Em termos absolutos, as receitas com impostos e contribuições sociais aumentaram, no ano passado face a 2020, em 520 mil milhões de euros, no conjunto dos 27 países da UE, para um total superior aos 6058 mil milhões de euros, segundo o
Eurostat, o que corresponde, tal como avançou a agência Lusa, ao valor mais alto desde o início da série estatística, em 1995.
Já no que diz respeito a Portugal , a receita conjunta arrecadada no ano passado em impostos, pela Autoridade Tributária e Aduaneira, e em contribuições, pela Segurança Social, esteve próxima dos 70 mil milhões de euros. Este montante traduziu-se numa subida de mais de quatro mil milhões de euros face a 2020, segundo dados da Direção-Geral do Orçamento, a partir da informação que consta da síntese de execução orçamental de janeiro deste ano.n
FRANÇA E BÉLGICA TÊM AS CARGAS FISCAIS MAIS ELEVADAS
RECEITA DA SEGURANÇA SOCIAL E DO FISCO SOMOU QUASE 70 MIL MILHÕES