Correio da Manha

SALÁRIOS GREVE DE PROFESSORE­S POR AUMENTOS DE 10%

CONTESTAÇíO r Descontent­amento com o Orçamento do Estado para 2023 MEDIDA r Docentes reivindica­m valor de 104 euros atribuído a restantes técnicos superiores da Administra­ção Pública

- INFLAÇÃO LEVA A AUMENTO DO CUSTO DE VIDA JOÃO SARAMAGO

Areivindic­ação de aumentos salariais face à subida do custo de vida leva, amanhã, a uma greve nacional de professore­s e educadores, convocada pelas principais estruturas sindicais. Como resultado, alunos sem aulas será a realidade em muitas escolas.

O secretário-geral da Federação Nacional dos Professore­s (Fenprof), Mário Nogueira, defende que “tudo o que for aumentos abaixo de 10% é um roubo”. O sindicalis­ta considera que, mesmo assim, os professore­s vão perder poder de compra,

porque na última década a evolução dos salários foi inferior em 14% ao aumento dos preços e, se forem levados em conta os custos da habitação, o poder de compra foi reduzido em 20%.

Mário Nogueira reivindica, além dos 10%, o valor de 104 euros que o Governo acordou dar aos técnicos superiores da Função Pública. “Desde 1986 que é praticada essa paridade, não se compreende que, agora, seja interrompi­da”, disse. Segundo a Presidênci­a do Conselho de Ministros, os docentes estão abrangidos pelo aumento salarial de 52,11 euros ou 2% em

ordenados superiores a 2600 euros. A perda de poder de compra é, para Mário Nogueira, uma das razões para a carreira deixar de ser atrativa.

Também o secretário-geral da

CONCENTRAÇ­ÃO ÀS 15H00 EM FRENTE À ASSEMBLEIA DA REPÚBLICA, EM LISBOA

Federação Nacional da Educação (FNE), João Dias da Silva, pede uma atualizaçã­o dos salários. “Não é de estranhar que faltem professore­s nas escolas”, disse o dirigente da FNE, estrutura que aderiu à greve e expressa “descontent­amento

com o Orçamento de Estado”.

A greve é acompanhad­a por uma concentraç­ão frente ao Parlamento, pelas 15h00. “O ministro da Educação, João Costa, estará na Assembleia da República a defender o indefensáv­el, face à redução de 600 milhões de euros para a Educação”, disse Mário Nogueira. Os sindicatos reclamam ainda o combate à precarieda­de, a regulariza­ção dos horários, um regime de aposentaçã­o justo no tempo e no valor da pensão e um novo regime específico da mobilidade por doença.n

 ?? ?? Para além da greve, os professore­s vão voltar a concentrar-se junto à Assembleia da República. Ministro João Costa vai estar no Parlamento
Para além da greve, os professore­s vão voltar a concentrar-se junto à Assembleia da República. Ministro João Costa vai estar no Parlamento

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