Correio da Manha

Marcelo pressiona para haver acordo

AVISO. Presidente diz que impasse pode hipotecar ano letivo e pôr opinião pública contra docentes ª GREVES Ministério admite que serviços mínimos são para greve do STOP, após confusão no primeiro dia

- Bernardo Esteves

u O Presidente da República mostrou-se ontem “muito preocupado” com o arrastar do conflito entre professore­s e Governo e as consequênc­ias para alunos e famílias, após “dois anos largamente afetados pela pandemia”. Na véspera de as negociaçõe­s serem retomadas, Marcelo Rebelo de Sousa avisou que o ano letivo começa a estar em causa. “O problema é este ser um ano letivo substancia­lmente perdido ou não. É essa a avaliação que todos têm de fazer, até por isto: há um momento em que a simpatia que de facto há na opinião pública em relação à causa dos professore­s pode virar-se contra eles”, afirmou o chefe de Estado aos jornalista­s, acrescenta­ndo: “Qualquer dia estamos a mais de meio do ano letivo e a solução ainda não aconteceu.”

O Presidente da República assume o seu papel “de influência” e acompanham­ento, consideran­do que “há questões mais fáceis de resolver, porque são parcelares, outras mais de fundo, como a questão do tempo de serviço, que também envolve um equilíbrio entre os [professore­s] mais antigos e menos antigos, que têm posições diferentes”.

Ontem, foram aplicados pela primeira vez os serviços mínimos decretados pelo Colégio Arbitral para a greve do Sindicato de Todos os Profission­ais da Educação (STOP). Nas primeiras horas do dia houve alguma confusão, com a Fenprof a denunciar que docentes seus associados estavam a ser convocados para serviços mínimos em Santarém, onde incidiu a greve distrital. Na origem do problema estiveram respostas do Ministério da Educação a dúvidas dos diretores, nas quais a tutela afirmava que os serviços mínimos tinham de “ser cumpridos em todos os estabeleci­mentos de educação e ensino, nos dias definidos, independen­temente do número de pré-avisos de greve”. Mais tarde, o ME veio esclarecer que os serviços mínimos foram pedidos e decretados “em função do pré-aviso de greve do STOP” e não afetava as outras paralisaçõ­es. A Fenprof diz que os problemas foram resolvidos.

Filinto Lima, da Associação Nacional de Diretores de Agrupament­os e Escolas Públicas, garante que “os serviços mínimos foram cumpridos onde foi necessário”.

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