VENDAS DE ENZO E PORRO SÓ RENDEM METADE CRA QUES
BALANÇO Benfica e Sporting lucram menos de 50% face ao valor das vendas do médio e do defesa Partilha dos direitos económicos com outros clubes diminui rentabilidade dos negócios
ªDILEMA
u Enzo Fernández bateu o recorde da contratação mais cara de sempre da Liga inglesa, com o Chelsea a pagar 121 milhões de euros. Mas o lucro para o Benfica não chega a metade desse valor: 58,6 M €. O mesmo sucede ao Sporting na transferência de Porro. O Tottenham vai desembolsar 45 M €, mas o lucro para o Sporting é de 22,3 M €. Isto porque os dois grandes de Lisboa têm de descontar várias parcelas nos negócios com os clubes de Londres.
Aos 121 M € recebidos por Enzo, o Benfica retira o mecanismo de solidariedade e o serviço de intermediação (ver infografia). É sobre os restantes 108,8 M € que são calculados os 25% devidos ao
River Plate. Tudo somado, o Benfica ficaria com 81,6 M €.
O Chelsea acordou pagar a transação em seis prestações, com 45 M € à cabeça. Mas as águias, desde a primeira hora, insistiram em receber a totalidade da sua parte no imediato. A solução é um `factoring'. Para pagar os juros dessa operação financeira, os empresários envolvidos no negócio aceitaram cobrar apenas 6,56% de comissão em vez dos habituais 10%.
São 4 M € a menos que, somados ao milhão acima da cláusula, dão os 5 M € que o Benfica paga pelo crédito.
Sobre estes 76,6 M € que restam há que descontar o preço da aquisição do passe: 14 M €. Só que o River reclama mais 4 M €, enquanto o
EMPRESÁRIOS FAZEM DESCONTO PARA ÁGUIAS ANTECIPAREM JÁ A SUA PARCELA DA TRANSAÇÃO
Benfica diz que não tem de pagar esse montante relativo a objetivos que não se realizaram.
Tal como no caso de Enzo, também o negócio de Porro é menos lucrativo para o Sporting porque tem de entregar parte da transferência a outro clube. Os leões, ao emprestarem primeiro o lateral, ganham 1,5 M €, pois a mais-valia de 30% a favor do Man. City só é calculada sobre o valor da venda (40 M €), que é 5 M € inferior ao total do negócio (45 M €).