Correio da Manha

Juros altos no crédito e baixos nos depósitos

CRÉDITO Taxas de juro para a compra de casa triplicara­m no ano passado face a 2021, terminando em 3,24% em dezembro de 2022 ª BANCA Remuneraçã­o dos depósitos a prazo de particular­es em Portugal é a mais baixa entre o conjunto dos países da zona euro

- Raquel Oliveira

u No dia em que os vários prazos da Euribor renovaram máximos e o Banco Central Europeu anunciou mais um aumento das taxas diretoras, o banco central português revelou que a banca no País é a pior da zona euro a remunerar os novos depósitos a prazo. São negativas as informaçõe­s divulgadas ontem para quem tem créditos à habitação e para quem aplicou em 2022 as poupanças em depósitos bancários.

A taxa de juro dos novos depósitos a prazo de particular­es atingiu, em dezembro, 0,35%, “a mais baixa da área do euro”, constatava ontem, numa nota estatístic­a, o Banco de Portugal (BdP).

A França era, entre os países da zona euro, a que pagava melhor os novos depósitos, registando uma taxa média de 2,29%. A média da zona euro fixava-se, em dezembro, em 1,44%.

O balanço divulgado pela entidade liderada por Mário Centeno dá conta de que o montante de novos depósitos a prazo de particular­es em Portugal foi de 49 393 milhões de euros, mais 6,3 mil milhões de euros do que em 2021, remunerado­s, em dezembro, a uma taxa de juro média de 0,35%, que compara com 0,04%, em dezembro de 2021. Do montante dos novos depósitos constituíd­os, 88% foram aplicados a prazo até um ano, remunerado­s, em dezembro, a uma taxa de juro média de 0,30%.

Já a taxa de juro média dos novos empréstimo­s às empresas mais do que duplicou no último ano, aumentando de 2% em dezembro de 2021 para 4,44% em dezembro de 2022.

Relativame­nte aos novos empréstimo­s à habitação concedidos no ano passado, a taxa de juro média mais do que triplicou em relação a 2021, subindo de 0,83% em dezembro de 2021 para

3,24% em dezembro de 2022. Esta subida “acompanha a trajetória das taxas Euribor, que, em dezembro, foram em média 3,03% no prazo a 12 meses, 2,57% a 6 meses e 2,07% a 3 meses (-0,50%, 0,54% e -0,58% em dezembro de 2021, respetivam­ente)”, segundo o BdP.

Num quadro de agravament­o das prestações, o BdP nota que as renegociaç­ões de contratos à habitação registam uma tendência de subida no último trimestre de 2022.

COM AGRAVAMENT­O DAS PRESTAÇÕES, AUMENTA A RENEGOCIAÇ­ÃO NOS CRÉDITOS DA CASA

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Depósitos a prazo até um ano foram remunerado­s à taxa de juro média de 0,30%

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