Moedas trabalha com a Igreja e deixa o Governo de fora
REUNIÃO Redução de custos foi um dos temas centrais. D. Américo Aguiar quer eliminar tudo o que não for essencial ª CÂMARA Queixa-se do coordenador Sá Fernandes, nomeado por António Costa
u A polémica em torno dos custos da Jornada Mundial da Juventude conheceu ontem um novo episódio. Carlos Moedas, presidente da Câmara de Lisboa, convocou a Igreja para uma reunião de trabalho, mas o Governo, que vai gastar 30 milhões de euros, não foi chamado. É mais uma acha para a fogueira, com o vice-presidente da Câmara de Lisboa, Filipe Anacoreta Correia, a dizer que não aceita mais “pretensos coordenadores que não fazem nada” e o Governo a garantir que José Sá Fernandes continua como coordenador do grupo de projeto para a JMJ. Moedas também se queixa. “Eu não fui a Roma dizer o que íamos fazer. Em 2019, alguns responsáveis políticos, alguns hoje no Governo [Fernando Medina, ex-presidente da autarquia], gritaram de felicidade, mas ninguém fez nada”, criticou. A redução de custos da JMJ foi um dos temas centrais da reunião de ontem, com Carlos Moedas, D. Américo Aguiar (presidente da Fundação JMJ), responsáveis da Mota-Engil (empresa que vai construir o altar-palco no valor superior a 5 milhões de euros), entre outras entidades. Na reunião de ontem também se discutiu o palco no Eduardo VII, para a cerimónia de boas-vindas ao Papa. Em vez de uma grande estrutura, trabalha-se agora num palco o mais minimalista possível. Na véspera, em entrevista à RTP 3, D. Américo Aguiar garantiu que se ia pedir aos técnicos “para eliminar tudo o que não for essencial”. Disse ainda que pediu para acompanhar, a partir de agora, cada “aquisição e cada concurso” para “validar” tudo o que é indispensável ou não e referiu que fala todos os dias com Carlos Moedas.
PALCO NO PARQUE EDUARDO VII VAI SER O MAIS MINIMALISTA POSSÍVEL