`Big Brother' da Força Aérea a vigiar tráfico faz aumentar apreensões
A entrada da maior parte do haxixe em Portugal e Espanha é gerida a partir da costa marroquina. Embarcações de maiores dimensões (normalmente arrastões de pesca) saem de vários pontos daquele país e param a uma distância considerada segura da Península Ibérica, onde os traficantes consideram que escapam à vigilância militar portuguesa e espanhola. É nesses locais que surgem as `lanchas voadoras', que recebem os fardos de haxixe, e aguardam depois por ordem para completar o trajeto até às costas, e entregar a droga a outros membros da rede. Durante vários anos, e no que à costa nacional diz respeito, a estratégia da Força Aérea, que consistiu na utilização de aeronaves que não voam a grandes altitudes, fez com que as lanchas fugissem antes da interceção. Uma reapreciação da estratégia de combate ao tráfico, feita entre a direção da PJ, a Força Aérea, a Marinha, e a Autoridade Marítima
Nacional, deu um papel mais forte ao avião de vigilância P-3 Orion. Capaz de voar a grandes altitudes, a aeronave acompanha todos os passos das redes de tráfico. Do ar, os traficantes nem percebem que estão a ser vigiados, o que permite à Marinha e Autoridade Marítima avançar para as interceções e detenções dos suspeitos. É com esta estratégia que tem sido possível evitar a entrada de centenas de milhares de toneladas de haxixe no País.
A GNR, através do Sistema Integrado de Vigilância Costeira (SIVICC), também participa nesta luta. Só em 2022, fonte oficial disse ao CM que foram detetados na costa portuguesa 106 192 alvos pela Unidade de Controlo Costeiro, que opera o SIVICC, muitos dos quais embarcações ligadas ao tráfico de droga.
GNR DETETOU 106 192 ALVOS NA COSTA PORTUGUESA EM 2022 COM RECURSO AO SIVICC