Governo paga 6 milhões para iluminar o Papa
POLÉMICA Depois dos custos do palco no complexo do Trancão, surge mais um contrato milionário ª CONCURSO Cinco entidades apresentaram propostas para um período de seis meses
u É o segundo contrato milionário da Jornada Mundial da Juventude, mas o mais importante em termos de valores: são 6,5 milhões de euros (com IVA incluído) que o Governo vai pagar pela aquisição de serviços de fornecimento, montagem e operacionalização de sistemas de áudio e vídeo, iluminação ambiente, e respetivo abastecimento de energia, para o Parque Tejo-Trancão durante a visita do Papa.
Desta vez, ao contrário do palco, que foi atribuído por ajuste direto através de uma empresa municipal (a Lisboa Ocidental, SRU - Sociedade de Reabilitação Urbana E. M., S. A.), o negócio foi celebrado por concurso público, organizado pela Secretaria-Geral da Presidência do Conselho de Ministros, a que responderam cinco entidades. O contrato é válido até ao final de agosto (a Jornada realiza-se entre os dias 1 e 6 de agosto) e o dinheiro sai do orçamento da Presidência do Conselho de Ministros.
O contrato teve um visto positivo do Tribunal de Contas e foi ganho pela sociedade Pixel Light, uma das maiores empresas especializadas em iluminação de grandes eventos, como é o caso do Rock in Rio ou o Festival Eurovisão da
Canção.
Recorde-se que a polémica do preço inicial do palco (4,2 milhões de euros) levou a
Câmara de Lisboa e a Fundação JMJ a cortar os custos da empreitada do Trancão para os 2,9 milhões de euros, enquanto o altar-palco no Parque Eduardo
VII, que era para custar mais de dois milhões de euros, passou para os 450 mil e será integralmente suportado pela Igreja Católica.
O projeto de execução das instalações elétricas e de telecomunicações no Parque Tejo-Trancão já tinha sido adjudicado (por ajuste direto) pela empresa municipal SRU à sociedade Procaf - Projetos de Consultoria e Assistência e Fiscalização de Instalações, no valor de 24 300 euros.
A cooperação entre as câmaras envolvidas no projeto (Lisboa, Loures e Oeiras) e o Governo não tem sido pacífica, com o edil de Lisboa, Carlos Moedas, a criticar José Sá Fernandes.
O DINHEIRO VAI SAIR DO ORÇAMENTO DA PRESIDÊNCIA DO CONSELHO DE MINISTROS