Correio da Manha

Governo paga 6 milhões para iluminar o Papa

POLÉMICA Depois dos custos do palco no complexo do Trancão, surge mais um contrato milionário ª CONCURSO Cinco entidades apresentar­am propostas para um período de seis meses

- Miguel Alexandre Ganhão

u É o segundo contrato milionário da Jornada Mundial da Juventude, mas o mais importante em termos de valores: são 6,5 milhões de euros (com IVA incluído) que o Governo vai pagar pela aquisição de serviços de fornecimen­to, montagem e operaciona­lização de sistemas de áudio e vídeo, iluminação ambiente, e respetivo abastecime­nto de energia, para o Parque Tejo-Trancão durante a visita do Papa.

Desta vez, ao contrário do palco, que foi atribuído por ajuste direto através de uma empresa municipal (a Lisboa Ocidental, SRU - Sociedade de Reabilitaç­ão Urbana E. M., S. A.), o negócio foi celebrado por concurso público, organizado pela Secretaria-Geral da Presidênci­a do Conselho de Ministros, a que respondera­m cinco entidades. O contrato é válido até ao final de agosto (a Jornada realiza-se entre os dias 1 e 6 de agosto) e o dinheiro sai do orçamento da Presidênci­a do Conselho de Ministros.

O contrato teve um visto positivo do Tribunal de Contas e foi ganho pela sociedade Pixel Light, uma das maiores empresas especializ­adas em iluminação de grandes eventos, como é o caso do Rock in Rio ou o Festival Eurovisão da

Canção.

Recorde-se que a polémica do preço inicial do palco (4,2 milhões de euros) levou a

Câmara de Lisboa e a Fundação JMJ a cortar os custos da empreitada do Trancão para os 2,9 milhões de euros, enquanto o altar-palco no Parque Eduardo

VII, que era para custar mais de dois milhões de euros, passou para os 450 mil e será integralme­nte suportado pela Igreja Católica.

O projeto de execução das instalaçõe­s elétricas e de telecomuni­cações no Parque Tejo-Trancão já tinha sido adjudicado (por ajuste direto) pela empresa municipal SRU à sociedade Procaf - Projetos de Consultori­a e Assistênci­a e Fiscalizaç­ão de Instalaçõe­s, no valor de 24 300 euros.

A cooperação entre as câmaras envolvidas no projeto (Lisboa, Loures e Oeiras) e o Governo não tem sido pacífica, com o edil de Lisboa, Carlos Moedas, a criticar José Sá Fernandes.

O DINHEIRO VAI SAIR DO ORÇAMENTO DA PRESIDÊNCI­A DO CONSELHO DE MINISTROS

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mais do que a infraestru­tura
Serviço de iluminação, som e imagem para o palco papal custa mais do que a infraestru­tura

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