Redação pede arquivamento de processos disciplinares
REUNIÃO Direção de Informação pressionada para suspender os inquéritos a Inês Gonçalves e Hugo Cadete ª POLÉMICA Novo Conselho de Redação preocupado com “imagem negativa que o caso reflete”
Numa reunião recente com o diretor de Informação (DI) da RTP, António José Teixeira, o Conselho de Redação (CR) da estação pública exigiu o arquivamento dos processos disciplinares instaurados aos jornalistas Inês Gonçalves e Hugo Cadete. Ao mesmo tempo afirmou que estes casos não dignificam a empresa nem o trabalho jornalístico. “É urgente que situações como estas não se repitam, com jornalistas da
RTP a serem acusados sem provas e sem testemunhas”, pode ler-se na ata da reunião, a que o CM teve acesso.
Os membros eleitos disseram ainda não compreender como é que a DI permitiu que estes processos avançassem “desta forma pouco clara” e porque não quer prestar “mais esclarecimentos”. Questionado sobre como foi possível deixar o caso chegar a “este ponto” e se estaria preocupado com “a imagem negativa que este caso reflete”, assim como com “as condurante sequências e mal-estar que provoca na redação”, António José Teixeira recusou-se a dizer mais do que aquilo que já tinha dito nas reuniões anteriores e sublinhou que “os processos não são geridos pela DI”, sendo imediatamente confrontado com as declarações de Nicolau Santos no Parlamento. Recorde-se que, uma audição do Conselho de Administração (CA) da RTP, o presidente garantiu que foi a DI que solicitou ao CA para instaurar os referidos inquéritos.
O processo disciplinar a Inês Gonçalves (pivô da RTP3), recorde-se, foi motivado pela sua participação numa gala da Associação Futebol do Porto, enquanto apresentadora, sem o conhecimento do canal. Já Hugo Cadete foi acusado de “olhar fixamente para um superior hierárquico”.
NICOLAU SANTOS DISSE QUE FOI A DIREÇÃO DE INFORMAÇÃO QUE SOLICITOU INQUÉRITOS