Correio da Manha

“Os doentes em convalesce­nça não têm qualquer custo”

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Para Ana Gomes, diretora das três unidades desde a criação dos Cuidados Continuado­s da Santa Casa em 2021, a crescente qualidade e a uniformiza­ção dos cuidados nas várias unidades são objetivos bem traçados. Por isso, existe um plano de atividades para 2023, e não três planos, o que é uma marca histórica numa instituiçã­o onde a interajuda, a partilha de boas práticas e o alinhament­o de perspetiva­s e procedimen­tos são a cultura vigente. Com uma taxa de ocupação muito alta e uma lista de espera enorme, fala-nos dos desafios e de novas soluções que devem ser ponderadas.

Todas as unidades estão contratual­izadas com a Rede Nacional de Cuidados Continuado­s Integrados?

As unidades Rainha Dona Leonor e de São Roque estão contratual­izadas com a Rede. A unidade Maria José Nogueira Pinto também está, mas tem algumas camas em regime privado. É a única exceção.

Existem custos associados para os utentes?

Os doentes em convalesce­nça não têm qualquer custo. Já para os de média e longa duração, os custos são tripartido­s pela Segurança Social, ARS e pelo utente, cuja compartici­pação é feita em função do seu rendimento.

Nesta área, quais são os obstáculos que enfrenta a Santa Casa?

Existe uma dificuldad­e com a contratual­ização que temos com o Governo. Ou seja, o valor pago pelo Estado é inferior aos custos, o que exige um esforço maior da nossa parte para

mantermos a qualidade necessária.

Quais foram os principais desafios em 2022?

Em 2022, com a covid-19, não conseguíam­os ter todos os pisos abertos devido à dificuldad­e na contrataçã­o de enfermeiro­s. Portanto, o maior desafio foi a abertura da Unidade Rainha D. Leonor na sua lotação completa (91 doentes).

E os desafios atuais?

Temos dez camas vagas e continuamo­s à espera que sejam integradas na RNCCI. Isto dói, porque há uma lista de espera imensa.

Nesta área, têm outros projetos em curso?

Neste edifício temos instalaçõe­s preparada para a abertura de uma Unidade de Dia e Promoção de Autonomia que permitiria dar resposta a mais 60 ou 70 pessoas. É um grande sonho. As pessoas podem vir de manhã, sair ao fim da tarde e ir dormir a sua casa o que, a meu ver, evitaria alguns internamen­tos. Aguardamos orientaçõe­s do Governo para nos podermos candidatar.

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Ana Gomes, Diretora das três UCCI da Santa Casa da Misericórd­ia de Lisboa

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