Prédios do Estado ao abandono
DEVOLUTOS Governo tem, há mais de uma década, dois prédios com 24 apartamentos ao abandono, na Figueira da Foz ª PROPOSTA Câmara quer comprar, mas o Ministério da Defesa ignorou contactos
u O Estado tem ao abandono e em degradação há mais de uma década dois prédios de seis andares, com 24 apartamentos, na Figueira da Foz, que os vários executivos camarários têm tentado adquirir, mas sem sucesso. Os edifícios, que albergaram em tempos militares que prestavam serviço na extinta Escola Prática de Serviço e Transportes, ficam na zona das Abadias. São desejados pela câmara há mais de quinze anos, revelou ao CM o presidente da câmara. Pedro Santana Lopes tem contactado todos os meses o Ministério da Defesa, “sem qualquer resposta”. “Desde que tomei posse, há um ano e meio, pediram-me para colocar por escrito tudo isto, depois saiu o ministro e entrou a nova ministra, com a qual tentei, mas ainda não consegui falar”, lamentou. Isto, numa altura em que o Governo quer impor o arrendamento compulsivo, obrigando os privados a colocar os seus imóveis no mercado, “quando não dá o exemplo”, acusou.
Os dois prédios são geridos pela Fundiestamo, detida a 100% pela Parpública, entidade que gere o património imobiliário do Estado. “Estamos dispostos a financiar-nos para adquirir aquilo ao Ministério da Defesa. Se quer encaixar dinheiro, nós compramos. Há fundos europeus que financiam estas operações”, disse Santana Lopes. “São 24 apartamentos, alguns grandes, T3 com mais de cem metros quadrados. Se ficarmos com aqueles edifícios, a ideia é transformá-los em T0 e T1, o que dará mais de 40 a 45 apartamentos, se forem para estudantes. O lote ainda tem espaço para mais um edifício da altura de seis andares, pelo menos. Pode chegar aos 100 apartamentos”, afirmou o autarca da Figueira da Foz.
O GOVERNO QUER IMPOR O ARRENDAMENTO COMPULSIVO, MAS
“NÃO DÁ O EXEMPLO”